Saiba de fato o que é empatia e como usá-la em apresentações profissionais

Falam bastante em empatia no trabalho e como essa habilidade pode transformar as relações entre colaboradores, isso também é válido para apresentações profissionais.

Treinamento SOAP
06/12/2017
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Falam bastante em empatia no trabalho e como essa habilidade pode transformar as relações entre colaboradores, isso também é válido para apresentações profissionais. Tanto é que, conforme a pesquisaO estado da empatia no ambiente de trabalho em 2018”, 96% dos profissionais listaram essa habilidade como uma característica importante nesse meio.

Pelo mesmo levantamento percebemos que, por mais que os profissionais entendam sua importância, eles não sentem a empatia sendo valorizada no ambiente de trabalho — isso é o que dizem o montante de 92% dos entrevistados.

Diante disso, fica a questão: o que é empatia e por que, às vezes, ela é negligenciada no trabalho e em outras situações no mercado? Falaremos sobre isso a seguir, sobretudo, no que se refere às apresentações profissionais. Neste artigo, você saberá como transformar essa habilidade em aliada e, assim, encantar o público-alvo. Continue a leitura!

O que é empatia?

Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro, buscando entender suas opiniões e emoções. Porém, entenda que isso não é sentir as mesmas dores, anseios ou concordar sempre com as opiniões das outras pessoas. Mas sim, respeitar e compreender o que pensam, sentem e falam.

A empatia trabalha com três aspectos básicos:

  • cognitivo: é quando um indivíduo busca entender o ponto de vista e emoções do outro;
  • afetivo: é um processo de envolvimento de sentimentos entre o interlocutor e o outro;
  • regulador de emoções: após o entendimento e o envolvimento entre as partes, esse aspecto visa a busca de melhoria ativa da situação apresentada.

Essa habilidade pode ser descrita pela ideia de rapport, um conceito da psicologia que representa a ligação harmônica entre as pessoas. É uma sinergia que facilita a interação e troca de informações, resultando em uma relação saudável e de respeito.

Podemos ver um exemplo do significado da empatia no ambiente de trabalho, na prática, durante uma rodada de feedbacks. Um tipo de liderança que adota uma postura empática procura entender os motivos que levaram um ou mais de seus colaboradores a obterem desempenhos negativos.

Durante a audiência, esse gestor se coloca à disposição desses trabalhadores. Ele não está preocupado somente em dar broncas ou exigir uma mudança de posturas. Ele pensa apenas nas melhorias e adaptações que devem ser feitas para obter resultados satisfatórios no setor, por meio das razões apresentadas por seus liderados.

A empatia pode e deve ser praticada nas mais diversas situações das nossas rotinas diárias, seja em uma simples conversa sobre a regra de negócio, seja em uma reunião mais acalorada, ou durante uma apresentação com objetivo de determinar novos rumos, produtos ou serviços da empresa.

Não confunda empatia com simpatia

Antes de aprofundarmos o assunto, saiba que muitos profissionais confundem os dois termos e seus contextos, acreditando que a empatia é o mesmo que a simpatia. Por mais que um sorriso e a gentileza sejam características comuns a essas habilidades, ser empático envolve algo mais profundo que isso.

Por exemplo, você pode ser uma pessoa simpática ao fingir que está em um diálogo com um colega de trabalho, sem ouvi-lo de verdade, somente sorrindo e acenando. Mesmo que não interrompa o interlocutor e até mesmo ofereça a atenção que ele deseja.

Diferentemente do exemplo acima de simpatia, a empatia requer a escuta ativa e uma presença verdadeira entre o ouvinte e o interlocutor nos relacionamentos.

homem em auditório falando em público em fundo preto com o seguinte texto "E-book gratuito - Como falar bem em público"

Por que ser empático no ambiente de trabalho?

O dia a dia, muitas vezes, é exaustivo para os trabalhadores. Não é, necessariamente, porque a empresa não dê valor aos seus desempenhos, ou que a carga de trabalho esteja além da capacidade considerada ideal — embora ambos sejam motivos comuns de desmotivação profissional.

Mas, se tem algo capaz de pesar o clima é a falta ou a má comunicação nas organizações e relacionamento, tanto entre colegas quanto com a liderança. Um dos motivos disso é que, diante das facilidades da tecnologia, os ambientes de trabalho se viram em novos cenários, como o home office, em que o contato entre as pessoas é feito on-line.

Se antes as empresas contratavam pessoas de diferentes perfis, atualmente, isso é ainda mais expressivo porque essa contratação está globalizada. Mesmo que todos se encaixem na cultura organizacional definida na seleção de talentos, as ideias e vivências distintas causam atritos.

Então, entra a importância da empatia nas corporações. Como citamos, não é preciso pensar ou sentir o mesmo para ser empático com o colega: em primeiro lugar, vem o respeito às suas ideias e opiniões. Só então que surgem diálogos tranquilos, conscientes e com inteligência emocional para se chegar a um comum acordo.

Durante as apresentações

No contexto das apresentações, também é necessário investir nesses cuidados. Pense em como é formado esse evento: um apresentador se coloca diante de uma audiência para mostrar seu ponto de vista ou ensinar algo que domina.

Ou seja, existe o interesse de se fazer ouvir de um lado e, de outro, aprender. Para que ambas as partes tenham os objetivos conquistados, é preciso criar uma conexão, que só é possível a partir da empatia.

Uma apresentação corporativa de impacto é aquela em que público e apresentador entram em sintonia, respeitando opiniões e abrindo espaço para compreender o diferente. Nesse cenário positivo, ganha o profissional com suas ideias valorizadas, os colegas que adquirem novos conhecimentos e os clientes, com a oferta apresentada.

Assim, a empresa contratante do evento sempre obterá benefícios, pois verá o crescimento profissional e pessoal dos seus colaboradores. Tudo isso coopera para o reconhecimento da marca no mercado.

Saiba que essas vantagens são adquiridas tanto nas apresentações internas quanto nas externas, o formato não importa.

Como usar a empatia nas apresentações?

Vimos que a importância da empatia no trabalho se estende aos momentos de apresentações. A partir de agora, conheça alguns passos para ser mais empático durante seus discursos. Por meio dessas dicas, você construirá audiências eficientes de modo a atingir seus objetivos.

Invista na empatia desde a criação do roteiro

Durante a criação do roteiro, deve-se pensar no conteúdo e em como o público quer receber a informação. Conhecer a audiência é uma maneira importante de criar uma conexão entre apresentador e público.

Procure descobrir o que a plateia já sabe sobre o tema, o que ainda não sabe, quais são as mensagens que precisa gravar e qual a cultura do ambiente. Entre outras, faça as seguintes perguntas:

  • existe liberdade e tempo para dialogar mais?
  • o público é mais sério, brincalhão ou está no meio-termo?
  • o que posso fazer para aumentar o engajamento dessa plateia?
  • será que essas pessoas gostam mais de números ou de histórias?

Esses são meios de se aproximar do público e, assim, ter mais chances de gerar empatia. De repente, poderá ser preciso cortar um pouco de texto e abrir espaço para o diálogo. Essa conexão é bastante positiva nas suas apresentações.

E se eu não for empático?

Caso você sinta que não é empático, não se desespere. Para tudo na vida corporativa existe uma solução. É possível desenvolver a habilidade da empatia com o tempo e procedimentos simples, sem muitos esforços. Alguns deles, veremos a seguir. Outros, envolvem alguns comportamentos, como:

  • não demonstre tédio, pressa ou desinteresse em qualquer tipo de diálogo;
  • se não tiver tempo ou, por qualquer motivo, não puder conversar no momento, seja gentil e combine outro horário para essa interação;
  • trabalhe sua linguagem corporal para ser mais positiva, sobretudo com o olhar;
  • desenvolva a comunicação assertiva, afastando-se da agressiva;
  • tenha o hábito de perguntar a opinião das outras pessoas;
  • mostre que você valoriza a opinião ou o problema do interlocutor. Pratique a escuta ativa ao ouvir atentamente o que o outro tem a dizer. Espere o momento certo para falar.

Crie uma conexão com a audiência

O ser humano tem desejo pela conexão individual. Uma boa dica para alcançar esse objetivo é nomear as pessoas. Então, antes de responder uma pergunta para alguém da plateia, pergunte ao interlocutor como ele se chama. Em seguida responda à questão usando o nome da pessoa.

Ainda no quesito interação com a plateia, faça perguntas retóricas, para as quais as respostas não importam muito. Ao adotar essa prática, automaticamente, os espectadores serão levados a refletir e sentir o mesmo que o apresentador naquele momento. Com isso, você gera conexão e engajamento durante a apresentação.

Use a simpatia como sua aliada

Praticamente, em qualquer momento de nossas vidas, um truque infalível é o sorriso no rosto. Dados científicos concluíram que temos em nosso organismo um grupo de células chamadas Neurônios Espelho.

Por meio desses neurônios, a simples observação de ações alheias ativa as mesmas regiões do cérebro dos observadores. Assim, estampar alegria no seu rosto, manter uma feição leve e acolhedora ajudará os interlocutores a entrarem na mesma sintonia.

Faça uma calibração sempre que possível

Pratique um recurso conhecido pelos profissionais da comunicação, como calibração. Para fazer isso, perceba como é seu interlocutor: fala rápido ou devagar? Faz muitos gestos? Aproxime suas atitudes e o modo de falar ao jeito do outro.

A calibração é uma ação que os apresentadores de sucesso utilizam para se adaptarem ao ambiente. Por exemplo, varie o tom de voz e a velocidade da fala para atingir mais pessoas. Fazendo isso, você aumenta as chances do público entender a mensagem que pretende passar.

Só tenha cuidado para que essas transições e adaptações pareçam o mais natural possível, seja um bom ator. Pois, ao menor sentimento de que está sendo manipulado, o público deixa de prestar atenção à sua fala. Se isso acontecer, certamente provocará prejuízos à sua apresentação.

Desenvolva a percepção ativa

A percepção ativa é uma habilidade que os apresentadores usam para entender as necessidades da plateia. Por meio dela, o profissional usa a própria vivência e empatia para interpretar estímulos emocionais e físicos do público-alvo.

A partir disso, ao desenvolver a percepção ativa, o locutor consegue fazer adaptações nas suas apresentações. Ele faz isso observando as reações das pessoas e identifica se estão atentos, engajados e se a maneira de apresentar o assunto está agradando ou não.

Pratique a escuta corporativa

A escuta corporativa é uma estratégia usada na comunicação organizacional e na técnica da empatia. Trata-se de escutar os colaboradores antes das tomadas de decisões. Fazendo isso, a empresa usa a seu favor a experiência de campo das equipes.

O apresentador deve usar essa prática escutando o público-alvo. Com isso, o público ajudará o palestrante a conduzir uma apresentação ou um treinamento com maior engajamento dos participantes.

Valorize o aprendizado

Valorizar a aprendizagem é a capacidade de aproveitar o interesse que as pessoas têm em aprender coisas novas. Os palestrantes devem aproveitar a curiosidade da plateia para atraí-la e criar uma conexão que desperte a atenção. Portanto, essa é uma característica de quem usa a empatia.

Trabalhe a diversidade e a inclusão

Trabalhar a diversidade e a inclusão nas apresentações é uma maneira de atingir as diferentes experiências da plateia. Afinal, por mais homogêneos que sejam os ouvintes, cada um deles apresenta uma característica singular. Tanto isso é verdade que até os gêmeos univitelinos apresentam gostos e percepções próprios.

Adote certos cuidados

Uma das atitudes que destroem a empatia é o julgamento. “Nossa, que cara chato! Não para de fazer perguntas”. Para não julgar, é fundamental sair da “bolha de realidade”, construída a partir das experiências únicas de cada pessoa, e entrar na bolha do outro.

As pessoas tendem a ver o mundo com base em quem elas são. Quando usam referências e crenças pessoais, criam uma barreira ao comportamento empático. Lembre-se: entenda e respeite o outro. Pense: “É, ele pergunta muito mesmo. Mas deve ser porque quer entender melhor, para se aprofundar no assunto”. O comunicador não pode julgar a plateia. 

Pelo contrário, deve entendê-la para apoiar suas demandas. Enxergue as oportunidades em qualquer sinal de desconfiança: se a pessoa pergunta muito, é porque está interessada; se ela olha fixamente para você, é certo que busca compreender sua fala.

Agora, com a plena consciência do que é empatia, basta aplicá-la no dia a dia de trabalho e apresentações profissionais. Tenha em mente que essa habilidade deve aparecer desde o planejamento do roteiro até o diálogo, com interações para criar conexão e motivar o engajamento. Seguindo nossas dicas, você desenvolverá características de um bom líder.

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