Ferramenta pode ser utilizada de diferentes maneiras para otimizar as experiências digitais
Há alguns meses, mais precisamente em 30 de novembro de 2022, a OpenAI lançou o ChatGPT, chatbot de Inteligência Artificial (IA) que inaugurou um novo capítulo para a tecnologia. De lá para cá, o modelo de linguagem passou a ser incorporado em diferentes contextos: nos escritórios, nas escolas e até mesmo nos treinamentos corporativos.
Se antes a ideia de usar uma ferramenta de IA no dia a dia parecia muito futurística, hoje essa realidade já atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Mas será que todos estão preparados para fazer o melhor uso da plataforma?
O ChatGPT apresenta muitas oportunidades, mas, ao mesmo tempo, impõe desafios em relação ao seu uso. No âmbito educacional, por exemplo, a preocupação é sobre como os alunos vão utilizar o chabot inteligente em seus processos de aprendizagem e qual papel os educadores deverão assumir dentro desse contexto.
No entanto, mesmo após meses de uso, muitos profissionais ainda têm dúvidas, e até um certo receio, na hora de utilizar o chatbot como um apoio das práticas educacionais, seja por desconhecimento da plataforma ou pelo medo de ser substituído por uma máquina.
A boa notícia é que, embora a tecnologia tenha evoluído nos últimos anos, a realidade é que o ChatGPT não é capaz de substituir totalmente um profissional humano. Apesar de auxiliar no processo de pesquisa, o olhar humano para fazer a curadoria das informações apresentadas ainda é fundamental.
Segundo Patrick Canuto, consultor educacional da SOAP, em um primeiro momento, o risco de substituição dos professores e instrutores em geral existe em determinadas tarefas que são mais operacionais.
No entanto, o especialista destaca que o papel do educador, seja no contexto escolar ou nos treinamentos, segue extremamente importante, visto que a capacitação das pessoas também se dá por meio da socialização, humanização e construção de relacionamentos.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que a Inteligência Artificial só é capaz de entregar aquilo que foi programada a fazer.
“Nós costumamos ter essa ideia de que a IA tem uma inteligência sobrehumana, mas na verdade ela só faz o que alguém programou e passou de diretrizes para ela fazer. A IA ainda não tem autonomia para pensar por si só”, pontuou Patrick Canuto.
O ChatGPT pode sim ser um importante aliado na elaboração de materiais para treinamentos, assim como outras ferramentas usadas no dia a dia, como o próprio buscador do Google.
Na construção de conteúdos brutos e planos de aula, por exemplo, o chatbot se mostra um verdadeiro facilitador. O modelo de linguagem é capaz de compilar em poucos segundos os principais pontos disponíveis na internet sobre determinado assunto.
Outra contribuição é na hora de organizar os conteúdos, mesmo que seja algo mais técnico ou comportamental. Mas esse ponto requer atenção.
A forma como um conteúdo é organizado vai muito além das questões técnicas, envolve o feeling, a expertise e o toque pessoal de cada professor ou facilitador para tornar a informação personalizada e customizada para cada público, coisa que a IA ainda não é capaz de fazer, pois ainda é programada para criar respostas generalizadas.
“A ferramenta vai trazer uma resposta seja para um conteúdo técnico ou comportamental, mas é o facilitador quem precisa apurar essa informação para ver se é relevante, se está dentro do que ele pediu, na linguagem que pediu e dentro dos requisitos do seu treinamento. Então é muito de as pessoas analisarem as informações fornecidas pelas IAs para que elas cheguem na ponta de maneira correta e assertiva”, afirmou Canuto.
O especialista ainda indicou outras possibilidades para a IA nos treinamentos corporativos. Um exemplo é criar experiências educacionais mais criativas e atrativas, mesmo partindo de conteúdos densos e maçantes.
O ChatGPT também pode ser usado para esclarecer termos técnicos ou muito complexos, de uma forma mais simples, sugerir atividades extras, como filmes, livros, músicas e podcasts, ou até mesmo planos de estudos personalizados de acordo com a necessidade de cada aluno.
A um nível mais avançado, outro recurso a ser explorado é o uso do ChatGPT como um tutor, para dar suporte aos estudantes nos momentos em que o professor/facilitador não estiver disponível.
Esse ainda é um ponto sensível quando se fala do uso da ferramenta na educação, especialmente pela falta de preparo dos alunos para lidar devidamente com a ferramenta.
Embora para eles a barreira de entrada dos chatbots inteligentes seja menor, os professores/facilitadores ainda sentem uma certa insegurança em relação ao seu uso, conforme mencionado anteriormente. Mas o aluno já está usando, gostando e descobrindo como pode ajudar nas atividades.
“Existem muitas atividades que não precisa pensar muito, porque o ChatGPT pode resolver tranquilamente, tirando uma carga cognitiva do aluno. No entanto, esses estudantes precisam de instrução sobre como usar a ferramenta de forma correta e aí sim o ChatGPT pode virar um tutor valioso em deveres de casa, visto que nem sempre o professor vai estar disponível 100% do tempo”, indicou Patrick Canuto, consultor educacional da SOAP.
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Até aqui você já sabe que o ChatGPT tem diferentes possibilidades de uso, que englobam desde explorar ideias de conteúdos para uso nos treinamentos até um trabalho de tutoria. No entanto, ainda existem outras formas de extrair o melhor da plataforma. Confira:
Que tal usar o ChatGPT como um facilitador nos debates entre grupos? É possível utilizar a ferramenta para estruturar os principais pontos colocados na discussão e identificar visões diferentes sobre determinado assunto.
Assim, o mediador consegue manter o debate organizado com mais eficiência, explorando as questões mais importantes levantadas por cada grupo.
O ChatGPT também pode ser usado durante os treinamentos como um suporte nas atividades que demandam mais criatividade.
Por exemplo, imagine que você esteja ministrando um treinamento sobre storytelling e queira propor uma atividade de geração de histórias. Com os prompts certos, em segundos, os alunos podem ter em mãos a persona ideal e um gancho inicial, poupando capacidade cognitiva para trabalharem suas histórias.
Outra possibilidade é aproveitar apresentações realizadas por alunos durante os treinamentos e pedir ao ChatGPT linkar de que forma diferentes questões apresentadas podem se complementar. A partir do resultado, é possível convidar os participantes a discutirem essa nova abordagem elaborada pela ferramenta.
Vai trabalhar um tema específico em um treinamento? Peça ao ChatGPT para sugerir novas referências sobre o assunto. Pode ser livros, filmes, artigos, séries, podcasts. A ferramenta pode trazer novos exemplos que você não conhecia antes e que podem agregar à discussão nos treinamentos. Mas lembre-se de checar antes se as indicações realmente valem a pena.
O chatbot inteligente da OpenAI também é um bom tradutor. Por isso, caso você tenha acesso a um material que vale a pena ser explorado, mas não tem domínio do idioma original no qual o conteúdo foi elaborado, usar a plataforma para a tradução é um caminho possível.
Falar sobre um mesmo assunto muitas vezes pode ser maçante em determinados momentos. Caso você esteja sem criatividade para pensar em novas abordagens a serem utilizadas em seus treinamentos, um caminho a ser explorado é perguntar ao ChatGPT maneiras diferentes de trabalhar aquele tema e adequar as ideias ao seu público, propósito e estilo de aula.
Outra dica é pedir a ferramenta para indicar exercícios personalizados, seja para um grupo ou um aluno específico. É importante, no entanto, saber fazer a pergunta da maneira correta para que o chatbot seja capaz de entender em qual informação você pretende chegar.
Uma das principais preocupações em relação ao uso do ChatGPT, no âmbito educacional, é o enviesamento das respostas concedidas pela ferramenta. Os resultados apresentados para uma pergunta têm correspondência ao que a pessoa quer saber, sem levar em conta a questão ética. Por isso, o olhar crítico é fundamental.
“É por isso que no presente momento a máquina não vai substituir o pensamento crítico e humano, elementos essenciais para acessarmos informação de qualidade”, destacou Patrick Canuto.
O especialista ressaltou ainda a importância de tomar cuidado para não transferir a responsabilidade total do ser humano para a ferramenta.
É importante ter ciência que o ChatGPT é apenas uma ferramenta de apoio, não será ele quem vai criar todas as experiências sozinho. Por isso, é preciso analisar as informações que são geradas e pensar de maneira crítica naquilo que está sendo entregue.
“Um segundo ponto a se atentar é sobre o compartilhamento de informações de dados sensíveis ou informações muito específicas sobre os negócios de uma empresa. Hoje o ChatGPT está em constante evolução e não existem muitas diretrizes em sua documentação que garantam a segurança total dos dados compartilhados. Então é importante não compartilhar, por exemplo, nomes, dados de pessoas, projeções financeiras e informações desse tipo”, aconselhou Canuto.
Por fim, no ponto de vista educacional, mais do que nunca, os alunos estão tendo acesso a informações completas, apenas utilizando alguns comandos simples.
Isso pode trazer uma falta de estímulo ao pensamento crítico, fazendo com que o aluno perca a capacidade de avaliar os dados aos quais tem acesso e deixe de sintetizar, resumir ou até mesmo criar novas informações.
“Hoje o principal ganho do ser humano em relação ao ChatGPT são as relações humanas, o relacionamento, a construção. Se o aluno não souber utilizar bem a ferramenta e equilibrar essas questões, ele pode acabar perdendo”, reflete Patrick Canuto.
Nos últimos anos, a evolução digital cresceu de forma exponencial, mas nem todos conseguiram acompanhar essa evolução da mesma maneira.
No âmbito pessoal e profissional, novas ferramentas surgem dia após dias e lidar com esse alto volume de informações e novas ferramentas para aprender a manusear é um desafio.
Mas é possível entender como utilizar essas tecnologias a seu favor, tornando o trabalho mais dinâmico, criativo e produtivo. Na palestra “Ferramentas Digitais”, a SOAP explica como construir uma comunicação online, colaborativa e efetiva, usando as tecnologias certas.
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