Talvez você já tenha percebido, em diferentes situações, como nossa mente impacta diretamente nas áreas de nossa vida.
Talvez você já tenha percebido, em diferentes situações, como nossa mente impacta diretamente nas áreas de nossa vida. E, nessa relação, a autossabotagem no trabalho pode causar verdadeiros desastres, não é mesmo?
Travar diante de uma apresentação importante, ter medo de falar em uma reunião ou deixar o trabalho para última hora são apenas alguns exemplos de como uma pessoa pode bloquear o próprio potencial.
Se você também se identifica com essas dificuldades ou vê a sua equipe sofrer com elas, continue a leitura. Preparamos um guia para lidar com a autossabotagem e produzir melhores resultados!
A autossabotagem representa comportamentos e atitudes que causam prejuízo à própria pessoa que os pratica, geralmente, adotados de maneira inconsciente. É quando os obstáculos e problemas são criados ou potencializados por nós mesmos.
Esse modo de agir gera sérias dificuldades quando as ações fazem parte das equipes. Aqui, além do problema individual, existe o efeito de convergência de grupo. Isto é, com o passar do tempo, as ações dos membros tornam-se cada vez mais ajustadas ao comportamento coletivo.
A autossabotagem pode acontecer de diferentes formas, e vale a pena ter consciência de quais são os principais tipos para enxergar os sinais.
Uma autossabotagem comum são as crenças limitantes. Elas são pensamentos que nos levam a travar, desistir, procrastinar, entre outros comportamentos ruins.
Imagine que uma pessoa precisa realizar sua primeira apresentação profissional para uma grande audiência daqui a três meses. Hoje, pode ser que ela não consiga obter um bom resultado. Porém, após o processo de preparação, ela tem perfeitas condições de superar o desafio.
Se a pessoa mentalizar que vai fracassar, ela transforma algo que é uma verdade apenas no momento atual em uma verdade sobre o futuro ou definitiva.
Posteriormente, essa crença vai limitar o desenvolvimento e a mudança. Pior ainda, se isso fizer com que a pessoa não se prepare, de fato, a possibilidade de obter um resultado ruim é muito maior. Isso reforça ainda mais a crença limitante no futuro.
O vitimismo é a situação de ausência de responsabilização pelos próprios resultados. Toda a atribuição de culpa recai sobre o contexto e sobre as outras pessoas. É o colaborador que atribui sempre seu insucesso aos colegas, empresas, clientes, gestores e entre outros.
A autossabotagem também nasce do vitimismo. Se, de nenhuma maneira, a pessoa não causa o resultado, não adiantaria mudar o próprio comportamento. Por exemplo, se o colaborador acredita que não é promovido por estar fora de uma “panelinha”, que diferença faz bater ou não as metas?
A procrastinação é o adiamento de ações, deveres e obrigações até o limite ou perda do prazo. É um comportamento difícil de lidar, pois costuma solidificar como um hábito na vida das pessoas.
Esse hábito é estruturado por um gatilho (estresse, pressão no trabalho, ansiedade, tédio, medo, etc.), rotinas de fuga (assistir vídeos, ver as redes sociais, comer) e recompensas (satisfação gerada pela rotina).
Por exemplo, a pessoa tem um trabalho a fazer, mas que é difícil e cansativo. Então, o gatilho é disparado e ela não consegue realizar a ação necessária, até que seja forçada pela proximidade com a data final.
O último exemplo é o desrespeito ao próprio bem-estar, necessidades e desejos. Não saber dizer “não”, assumir cargas excessivas, deixar de cuidar da saúde física e emocional são ações que devem ser evitadas.
Nas empresas, a falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a cobrança demasiada e o excesso de trabalho podem ser prejudiciais do ponto de vista da retenção de talentos e turnover. Assim, além de uma autossabotagem individual, a própria organização pode ser prejudicada se não der atenção ao tema.
Para lidar com a autossabotagem no trabalho, os gestores devem criar um ambiente que incentive os colaboradores e ofereça segurança para explorar seus potenciais. Veja algumas dicas para lidar com esse desafio junto às equipes.
A base dessa mudança serão diversos processos de comunicação entre líderes e liderados. Por isso, é preciso transmitir confiança, credibilidade e segurança na fala, sem cair em estilos de comunicação ineficazes e agressivos.
Como as pessoas são diferentes, é importante ouvir os profissionais sobre as suas particularidades. Nesse sentido, a escuta ativa complementa a comunicação assertiva como uma ferramenta de liderança para mitigar a autossabotagem nas equipes.
Também devemos auxiliar os colaboradores com feedbacks completos, explicando as diferentes categorias de autossabotagem e estando aberto a negociações de soluções. Tente auxiliar o profissional a ter consciência do problema e buscar formas para resolvê-lo.
A causa da autossabotagem pode ser um hábito a ser mudado, mas também questões que demandam tratamento por psicólogos e psiquiatras. Logo, use a escuta ativa para saber quando é a hora de indicar a busca por especialistas.
A capacitação profissional também é um caminho para lidar com a autossabotagem no trabalho. Por isso, tenha planos de desenvolvimento individual, em que os pontos fortes e fracos dos colaboradores sejam identificados. Depois, busque as qualificações em inteligência emocional, comunicação, resiliência e outras soft skills.
A equipe pode ser ensinada sobre técnicas para driblar a autossabotagem. A regra dos cinco segundos, por exemplo, diz respeito ao período logo após uma ideia ou vontade produtiva surgir. Nesse momento, é preciso estar pronto para entrar em ação e evitar ficar paralisado pelo medo ou procrastinação.
Uma forma de fazer isso é utilizar a técnica de lançamento. Ao falar em uma reunião, começar uma apresentação ou executar uma tarefa, deve-se iniciar uma contagem regressiva de cinco a zero, agindo na sequência.
Assim, quando o gatilho associado à rotina de procrastinar, pensar negativamente ou afirmar crenças limitantes surgir, você vai interrompê-lo e redirecionar o esforço.
Outra boa medida é dividir um objetivo de longo prazo em etapas, até que a exigência atual seja um passo simples. Retomando ao exemplo da pessoa que nunca se apresentou, em vez de pensar no evento, é possível começar por metas menores, como realizar uma leitura necessária ou pesquisar uma capacitação em oratória.
Avalie o contexto em que os colaboradores estão inseridos e realize mudanças para trazer mais confiança e motivação às pessoas.
Um bom começo é desenvolver parte ou todas as reuniões de trabalho em círculo para reduzir a noção de hierarquia no ambiente. Você também pode realizar brainstormings, deixando as pessoas a vontade para fornecer ideias sem julgamentos.
Outra opção é utilizar modelos de trabalho que, pelo próprio processo, as pessoas sejam incentivadas a participar e colaborar. É o caso do Design Thinking, em que as etapas de imersão para entender o problema e ideação para levantar soluções levam as pessoas a participarem.
Aliás, tenha o hábito de reconhecer os colaboradores não apenas pelos resultados, mas pela forma como agem e desempenham as atividades. Essa segurança será um diferencial para que os talentos percam o medo e sintam-se mais à vontade, colocando todo o potencial à disposição da empresa.
A autossabotagem no trabalho é um comportamento que deve ser trabalhado no próprio gestor e nas equipes. Ao criar um ambiente de confiança e lealdade, as pessoas têm mais oportunidades para se desenvolverem. Logo, não deixe de colocar as dicas deste conteúdo em prática.
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