Livros podem ajudar a entender como construir uma narrativa envolvente na prática
Desenvolver narrativas envolventes é fundamental para quem quer engajar seus clientes. Mas criar um storytelling surpreendente não é uma tarefa fácil.
O storytelling se consagrou como uma técnica de narrativa criativa, que engloba a arte de contar, desenvolver e adaptar histórias.
Muito explorada na literatura e no cinema, a técnica também passou a ser utilizada no mundo dos negócios para diferentes objetivos, que vão desde a venda de produtos e serviços até a apresentação de metas e resultados.
Atualmente, a técnica de storytelling mais conhecida é a Jornada do Herói, mas essa não é a única. Outras estratégias podem ser usadas, como a Teoria dos 3 atos e a Kishotenketsu.
Apesar de não ser um assunto novo, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como construir na prática uma narrativa envolvente. A boa notícia é que muito além dos cursos técnicos, o storytelling está presente em diversos produtos de entretenimento que consumimos no dia a dia, como jogos, músicas, filmes e livros.
Neste artigo, trazemos indicações pelos roteiristas da SOAP de obras literárias com storytelling surpreendente. Quem sabe essas histórias não te inspiram?
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Nesta obra, Mariana Salomão Carrara construiu uma narrativa que convida o leitor a encarar diferentes facetas de uma mesma história, contada repetidas vezes de maneiras diferentes, até que se entenda o que é ou não real.
A protagonista, que também narra a história, compartilha suas memórias com a assistente social do abrigo público para idosos onde reside. No entanto, a personagem — assim como o público — não tem clareza se suas lembranças são reais ou invenções de sua cabeça.
O destaque da obra fica por conta dos personagens bem desenvolvidos, enredo envolvente, e do diálogo profundo e convincente entre a protagonista e a assistente social.
Publicado em 1963, O jogo da amarelinha, de Julio Cortázar, apresenta o relato de amor de Horacio Oliveira, um intelectual argentino exilado em Paris, e Maga, uma uruguaia misteriosa. O grande destaque dessa obra fica para o fato de que é possível ler a história de formas diferentes, se você mudar a ordem de leitura.
Sua característica majoritária é a experimentação na forma de conduzir a narrativa, transgredindo sua ordem, linha temporal e linguagem utilizada. O romance é único e original, e permite diversas interpretações dos leitores.
Esse livro traz a essência do storytelling: a arte de contar histórias. Ele resgata o nascimento do que hoje conhecemos como música punk desde a Factory de Andy Warhol até o Max’s Kansas City nos anos 60 e 70, chegando ao Reino Unido nos anos 80.
Os autores apresentam centenas de entrevistas com todos os personagens originais dessa história, incluindo Iggy Pop, Patti Smith, Dee Dee e Joey Ramone, Debbie Harry, Nico, Wayne Kramer, Danny Fields, Richard Hell e Malcolm McLaren.
Além disso, Mate-me por favor revive os dias de glória do Velvet Underground, Ramones, MC5, Stooges, New York Dolls, Television e Patti Smith Group e traz uma análise profunda sobre a morte do punk.
Em Agosto, Rubem Fonseca mescla ficção e realidade para dar vida ao romance policial que remonta os dias que antecederam o suicídio de Getúlio Vargas. A narrativa bem construída prende o leitor do início ao fim, de maneira direta, mas envolvente.
Na obra, o autor Rubem Fonseca utiliza como pano de fundo os turbulentos acontecimentos políticos do Rio de Janeiro em agosto de 1954, durante o governo de Getúlio Vargas.
O enredo apresenta o comissário de polícia Alberto Mattos, que busca desvendar o misterioso assassinato de um empresário no edifício Deauville. Ao mesmo tempo, um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, um destacado opositor de Vargas, é planejado no Palácio do Catete.
A trama convida o leitor a testemunhar os eventos e conspirações que moldaram o momento histórico marcado pela morte de Vargas.
A HQ Watchmen é uma verdadeira aula sobre a Jornada do Herói. A história em quadrinhos aborda temas sérios, com personagens profundos, histórias cruzadas, linhas diferentes, mas tudo isso no contexto dos super-heróis.
A narrativa se passa em 1985, apresentando os Estados Unidos como uma nação totalitária e isolada do resto do mundo. Mas quando o relógio do fim do mundo começa a marchar para a meia-noite, e a raça humana para um abismo sem-fim, Rorschach, um dos Watchmen que patrulhavam os EUA décadas atrás, junta-se a ex-companheiros do passado em uma desesperada tentativa de salvar a vida de super-heróis e civis.
Personagens bem construídos, uma história divertida e cheia de reviravoltas são os motivos que fazem de O Auto da Compadecida um dos livros com storytelling surpreendente que compõem esta lista.
Originalmente uma peça teatral em forma de Auto em três atos, a história mescla elementos famosos do nordeste brasileiro, como a tradição da literatura de cordel, traços do barroco católico brasileiro, além de outros elementos da cultura popular.
O livro inspirou o filme homônimo, estrelado por Selton Melo e Matheus Nachtergaele. Por muito tempo, a adaptação foi a maior bilheteria do cinema brasileiro.
Nesse livro acompanhamos Rob, um homem de 35 anos que acabou de romper com a namorada e começa a repensar todas as esferas de sua vida: relacionamentos (amorosos ou não), estilo de vida, profissão… O personagem recorre às músicas que embalaram sua vida para encarar as próprias dificuldades e passa a descobrir verdades sobre si mesmo.
O romance fala sobre música e relacionamento, mas também sobre as muitas caras que o sucesso pode ter. Tudo isso em uma linguagem coloquial, além de muitas referências à cultura pop.
Nesse clássico da literatura brasileira, o leitor acompanha a história de Bento Santiago, que relembra aspectos da sua vida, desde a infância, até sua história de amor com Capitu.
Perturbado pelo ciúme, Bentinho conduz o leitor por uma narrativa ambígua acerca do que se tornou uma das maiores polêmicas literárias de todos os tempos: Capitu traiu ou não Bentinho?
No livro, Machado de Assis conseguiu contar a história sob a perspectiva dos personagens, mas ao mesmo tempo apresentar elementos subjetivos, sem responder diretamente a perguntas e dúvidas do leitor, proporcionando uma experiência imersiva e única para cada um.
Ainda hoje não é possível afirmar a data específica em que Hamlet foi escrito. Pesquisadores estimam que esse clássico da dramaturgia tenha sido produzido entre 1599 e 1602.
A história se passa na Dinamarca, no castelo de Elsinor, onde o príncipe Hamlet se vê obrigado a vingar a morte do pai, voltando-se contra o próprio tio.
Apesar de ser uma leitura árdua, Hamlet ainda é uma das tramas mais influentes da modernidade e até hoje inspira outras obras, como o Rei Leão, da Disney, e O Homem do Norte, do Robert Eggers.
Esse clássico do terror narra, por meio de fragmentos de cartas, diários e notícias de jornal, a história de humanos lutando para sobreviver às investidas do vampiro Drácula. O livro chama atenção pela narrativa diferenciada e bem construída.
A obra traduz elementos do folclore romeno e dos povos ciganos para a realidade da Londres vitoriana. A qualidade é tamanha, que mais de 120 anos após sua publicação a história é readaptada.
Os Miseráveis também está na lista de livros com storytelling surpreendente. A obra é composta por 1.500 páginas e, ainda assim, consegue prender o leitor na narrativa que traz como personagem central não uma pessoa, mas uma condição social.
O livro traz para discussão como é estar à margem da sociedade, sendo um espectador comum dos processos históricos. Assim como outras obras da lista, conta com adaptações multimídias de sucesso e é uma das principais peças da Broadway.
Investir no storytelling é um diferencial competitivo poderoso para quem deseja alcançar objetivos estratégicos para seu negócio. Boas narrativas ampliam a possibilidade de envolver e inspirar sua audiência.
Antes de mais nada, é preciso conhecer quem é esse público com o qual você quer se comunicar. Entenda o que os motiva, quais são seus desafios e interesses e como seu produto ou serviço pode atender as necessidades deles.
Após identificar com quem se comunicar, outro passo importante é entender qual é a mensagem central que você deseja transmitir com a sua história e se ela está alinhada aos objetivos da sua empresa.
Ao desenvolver sua narrativa, aposte em um enredo envolvente, utilizando elementos que provoquem emoções como empatia, humor, inspiração e admiração. Tudo isso vai ajudar a atrair a atenção da audiência e gerar conexão. Mas não esqueça de sua autenticidade. Não exagere no tom, ao ponto de sua história parecer superficial.
Um ponto importante a ser considerado é que mesmo com um enredo criativo, os dados e fatos relevantes continuam sendo importantes para sua narrativa e ajudam a dar mais credibilidade à história.
Por fim, decida como você vai contar sua narrativa. As opções de mídias são diversas: apresentações, vídeos, blogs, redes sociais, entre outras opções. O formato ideal vai depender do contexto, do objetivo da história e do perfil do público.
Mas o trabalho não para por aí. Depois de compartilhar a história, seja por qual meio for, avalie seu impacto, verificando não só os resultados comerciais, como o envolvimento e feedback do público.
Assim, você pode coletar insumos para elaborar histórias com um storytelling ainda mais surpreendente em uma oportunidade futura.
No treinamento corporativo SOAP Storytelling, você e sua equipe poderão aprender como engajar sua audiência por meio das suas histórias, independentemente do canal escolhido. Além de técnicas de storytelling para atrair a atenção do seu público.
Os participantes também descobrirão como criar narrativas emocionantes e que podem ser utilizadas em diferentes contextos corporativos, como campanhas publicitárias, lançamentos de produtos, vídeos, lives e podcasts.
Confira alguns dos conteúdos abordados:
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