Os mais otimistas acreditam que já superamos a Covid-19.
Os mais otimistas acreditam que já superamos a Covid-19. Os mais cautelosos acham que estamos caminhando para isso, mas ainda não chegamos lá. A verdade é que além da crise sanitária provocada pelo coronavírus, vivemos outra pandemia, mais silenciosa, mas igualmente perigosa: a pandemia da saúde mental.
De acordo com a Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem/Cofen), os quadros de ansiedade e depressão aumentaram significativamente nos últimos três anos. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que, em 2019, cerca de 1 bilhão de pessoas viviam com transtorno mental. Só no primeiro ano da pandemia, esse número cresceu em 25%.
Obviamente, esse cenário causa reflexos no mundo corporativo. Mas a comunicação exerce um papel fundamental na saúde mental e pode ser a chave para ajudar as empresas a superarem esse desafio.
Eduardo Adas, sócio fundador da SOAP, explica que a comunicação é sinônimo de comportamento. Ou seja, mesmo que uma pessoa não diga nada, na sua comunicação não verbal ela estará emitindo sinais do seu estado interno, impactando quem está ao seu redor positivamente ou negativamente.
“A nossa comunicação é quase um espelho do que acontece na nossa cabeça, ou seja, na nossa autocomunicação. Todos nós temos um diálogo interno e esse diálogo é resultado do que se passa em nossa vida, das nossas crenças limitantes e dos nossos valores. Nosso comportamento é o resultado das nossas emoções, que tem origem no nosso entendimento e conclusões sobre a comunicação dos outros”, diz Eduardo Adas.
O próprio contexto em que vivemos ajuda a evidenciar esses problemas de comunicação e, consequentemente, seus impactos na saúde mental. A internet e as redes sociais acabaram impondo um ritmo acelerado, onde uma quantidade significativamente alta de informações são compartilhadas a todo momento.
Além disso, ferramentas como WhatsApp, apesar de facilitarem a vida, trazem um novo ritmo de interação social, ao qual nem todos estão habituados. A ideia da comunicação assíncrona ainda é uma questão para muitas lideranças, por exemplo, que estão acostumadas com respostas rápidas.
Assim como na vida pessoal, saber se comunicar bem no ambiente corporativo faz toda a diferença. Para os líderes, a responsabilidade é ainda maior, visto que o modo como se comunicam pode impactar diretamente no clima organizacional e afetar a saúde mental dos colaboradores como um todo.
“Hoje estamos vivendo uma pandemia de saúde mental e eu não tenho dúvida de que isso é resultado da nossa comunicação, começando pela autocomunicação. Se a nossa autocomunicação passa a ser positiva, naturalmente a comunicação interpessoal passa a ter mais confiança e se torna mais verdadeira”, pontua Eduardo Adas.
Uma comunicação mais assertiva e não violenta pode ajudar. No entanto, Adas chama atenção para dois pontos importantes.
O primeiro está relacionado ao fato de que assertividade é diferente de “sincericídio”. Ou seja, falar o que pensa sem empatia. Ter clareza, objetividade e empatia — procurar entender e respeitar as diferenças, o perfil das crenças e valores dos colaboradores — é fundamental para uma comunicação que permita a construção de um bom clima organizacional.
“Esse filtro de enxergar os outros, entender que somos diferentes e aprender a respeitar a forma como o outro pensa, começa a transformar a qualidade da comunicação dentro do ambiente e a torna mais construtiva”, argumenta Adas.
Conectado a esse ponto, o sócio fundador da SOAP levanta outra questão: o desgaste do termo “comunicação não violenta” dentro do ambiente corporativo.
“Muitas vezes quando a pessoa não quer discutir com alguém que discorda de uma crença dela, ela parte para a agressão ou para o inconformismo e isso é uma atitude violenta dentro da comunicação, que é a falta de empatia e a não valorização do que é importante para o outro.”
A comunicação assertiva nada mais é do que a capacidade de expressar pensamentos, opiniões e até sentimentos de maneira que os outros consigam compreender a informação facilmente. Ela é uma grande aliada, por exemplo, na resolução de conflitos.
Já a comunicação não violenta, que funciona de forma complementar, está relacionada à prática de usar a empatia como ferramenta para gerar mais compreensão e colaboração nas relações pessoais e profissionais.
Utilizar esses dois fundamentos na hora de interagir com os demais contribui para a redução dos ruídos de comunicação e ajuda a garantir boas relações no ambiente de trabalho. Algumas dicas podem ajudar quem quer se comunicar com mais assertividade. Entre elas:
Para Eduardo Adas, apesar da relevância do tema, poucas empresas têm essa visão atualmente. Muitas companhias mantêm o foco na busca por resultados, sem considerar que o que gera resultado de valor são pessoas motivadas.
No entanto, não é possível se manter motivado por um longo período em meio a um ambiente opressor e com uma cultura agressiva.
“Quando uma pessoa se submete a um contexto como esse, ela pode até ter sucesso dentro da empresa, mas é um sucesso “entre aspas”, porque ela só está detonando sua saúde mental. Ainda é muito raro hoje em dia ver as empresas com essa consciência, com uma visão sustentável entre resultado e qualidade do ambiente”, destaca o sócio fundador da SOAP.
Felizmente, os profissionais têm passado por uma mudança de mentalidade e de cultura, onde ninguém está mais disposto a ficar se submetendo a um trabalho apenas por conta de aspectos financeiros.
Mais que isso, as pessoas querem se sentir confortáveis e conectadas com a empresa onde atuam, bem como com seus colegas de trabalho.
Diante disso, fica evidente a necessidade de líderes e colaboradores em geral incorporarem boas práticas que ajudem a promover um ambiente corporativo sustentável.
De acordo com Adas, o primeiro passo é fazer com que a alta gestão da empresa compreenda a importância de investir na educação como uma atividade estratégica.
A melhoria da comunicação não é simplesmente a melhoria da saúde mental dos seus liderados, isso impacta na cultura e nos valores da empresa.
O especialista explica que os problemas em torno da saúde mental muitas vezes iniciam nos próprios executivos e, quando não tratados, vão causando reflexos nos liderados. Muitas vezes isso acontece pelo grau elevado de responsabilidades que profissionais de alta liderança assumem.
E aí se torna um ciclo: as matrizes pressionam os executivos, que por sua vez sobrecarregam os colaboradores. Dentro dessa equação, todos se veem com a saúde mental afetada.
Ainda que lentamente, algumas companhias, até mesmo grandes empresas, já estão despertando para essa necessidade de mudança e a implementação de melhorias no ambiente de trabalho. Não só para que os resultados apareçam, mas para garantir, também, a retenção de talentos.
Os benefícios podem ser percebidos além dos limites do escritório. Quando uma marca consegue comunicar essas iniciativas para seu público-alvo, isso ajuda a gerar conexão e identificação com os consumidores.
Ao enxergar a comunicação como estratégica para o negócio, entendendo quais são as principais causas que atrapalham esse processo dentro da empresa, é hora de partir para a prática e pensar em soluções que ajudem a companhia a superar esses desafios internos.
Os treinamentos corporativos são uma ótima opção, pois auxiliam no desenvolvimento profissional, com foco naquilo que o profissional precisa aprender.
No caso da comunicação, por exemplo, nem sempre as pessoas têm as mesmas dores e dificuldades. Algumas sentem mais dificuldade em se expressar, outras em falar em público, e há ainda aquelas que não têm domínio emocional.
A SOAP, que está no mercado há 20 anos, oferece diferentes tipos de treinamentos para endereçar esses objetivos e necessidades e ajudar a sua equipe a desenvolver um processo de comunicação mais assertivo.
Um exemplo é o SOAP Treinamento Interpessoal, que aborda conceitos de comunicação fundamentais para quem busca compreender melhor suas interações e construir boas relações interpessoais. As aulas apresentam conceitos baseados em técnicas da Neurociência e Programação Neurolinguística (PNL).
Já o SOAP Liderança aborda técnicas para os líderes desenvolverem boas competências, a fim de diminuir ruídos de comunicação e entenderem como engajar suas equipes. O treinamento trabalha três tipos de inteligência: interpessoal, intrapessoal e linguística.
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