Storytelling no Oscar: como a técnica tem sido utilizada pelo cinema?

Storytelling no Oscar? Já parou para pensar como essa estratégia de construção de narrativa está intimamente ligada à maior premiação do cinema? Afinal, apesar do tapete vermelho, diversas celebridades reunidas e todo o glamour que envolve a cerimônia, as verdadeiras estrelas da noite são os filmes.

Treinamento SOAP
13/03/2023
6 min. de leitura
Reading Time: 6 minutes

Storytelling no Oscar? Já parou para pensar como essa estratégia de construção de narrativa está intimamente ligada à maior premiação do cinema? Afinal, apesar do tapete vermelho, diversas celebridades reunidas e todo o glamour que envolve a cerimônia, as verdadeiras estrelas da noite são os filmes. 

Na noite do último domingo, 12, foi realizada a 95ª edição do Oscar. “Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” liderava em número de indicações, com 11 no total, seguido por “Nada de novo no front” e “Os Banshees de Inisherin”, com nove indicações cada.  

E quem levou a melhor foi, justamente, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, conforme o esperado. Além do prêmio de melhor filme, o longa ainda venceu nas categorias de direção, roteiro original, atriz (Michelle Yeoh), montagem, ator coadjuvante (Ke Huy Quan) e atriz coadjuvantes (Jamie Lee Curtis). 

O filme quebrou recordes se tornando o mais premiado de todos os tempos na história do cinema, com 165 prêmios nesta temporada. O recorde anterior era de “Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, de 2004. 

A seguir, veja como o storytelling foi usado nos filmes que concorreram ao Oscar este ano.

Storytelling no Oscar: o sucesso de “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” 

“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” é um filme não convencional. O longa de ficção científica acompanha a história de Evelyn Wang, interpretada por Michelle Yeoh. A mulher de meia-idade, juntamente com o marido, se muda para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor.  

Em solo americano, Evelyn e o marido comandam uma lavanderia à beira da falência e cuidam de Joy, filha do casal e a primeira da família a nascer em solo americano. 

Repare que a premissa do filme apresenta uma personagem com uma vida comum e que enfrenta os mesmos desafios que tantas outras pessoas para cuidar da família e manter seu negócio funcionando. Esse é o primeiro ponto de conexão com o público. 

A surpresa fica por conta do desenrolar da história. “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” traz uma nova forma de explorar o multiverso, recurso muito utilizado em filmes de super-herói, como os da Marvel. Mas, nesse longa, a heroína em questão é uma mulher chinesa de meia idade dona de um negócio familiar e com uma filha adolescente. 

O filme consegue captar elementos comuns na construção de narrativas de storytelling usados para gerar conexão com o público, ao mesmo tempo em que apresenta um conceito de filme completamente diferente de outras obras disponíveis na indústria do cinema. 

Um exemplo claro disso é a abordagem das questões sociais (a vida do imigrante, a sexualidade da filha) e os elementos da vida cotidiana presentes na narrativa. Os personagens também têm características que geram identificação e engajam. 

“Nada de novo no front” também é destaque 

Outro destaque da noite foi “Nada de novo no front”, que levou quatro estatuetas. Entre elas, a de melhor filme internacional, direção de arte, fotografia e trilha sonora original. 

O longa apresenta uma proposta completamente diferente do anterior, trazendo o resgate histórico da Primeira Guerra Mundial sob a perspectiva do adolescente Paul, convocado para atuar na linha de frente pelas forças alemãs.  

O filme retrata a mudança de paradigma de Paul em relação à sua participação em uma guerra. O jovem começa sua jornada entusiasmado, mas logo conhece a dura realidade dos dias no campo de batalha. 

“Nada de novo no front” também é um ótimo exemplo de storytelling no Oscar. O próprio contexto histórico ajuda a despertar a curiosidade e estabelecer o primeiro ponto de conexão do espectador com o filme.

Além disso, a narrativa é contada sob a perspectiva de um adolescente, provocando a empatia da audiência. 

Leia também: O que aprender com o storytelling dos games? Veja como os jogos trabalham histórias! 

Storytelling no ambiente corporativo 

Muitos outros bons exemplos de storytelling no Oscar podem ser observados e é por isso que ela serve de grande inspiração.  

É claro que esses aspectos mencionados, como empatia, conexão, identificação, podem (e devem) ser trabalhados dentro das narrativas aplicadas ao ambiente corporativo 

Mas, nesse caso, é preciso adequar o tom, a linguagem e a apresentação à realidade da audiência que terá acesso a esse conteúdo e, também, aos objetivos pretendidos, como vender, fechar negócios com parceiros, conquistar engajamento, entre outros. 

A SOAP, em parceria com o Portal Mundo do Marketing, tem um material exclusivo que te ajuda a entender como aplicar técnicas de storytelling em suas comunicações como: campanhas de marketing, roteiros e apresentações, reuniões, entre outros momentos.  

Faça o download gratuito e desmistifique o uso e a construção de um bom storytelling. 

fundo preto com os personagens "Wood e Garfinho" de Toy Story ao fundo e o seguinte texto: "Afinal o que é Storytelling"

A importância do storytelling 

O storytelling é um recurso muito explorado no cinema, justamente, por sua capacidade de construir histórias que engajam. Do contrário, não existiriam os casos de grandes sucessos de bilheteria capazes de arrastar multidões para o cinema. Tampouco essa indústria se tornaria um negócio tão rentável e lucrativo como é nos dias atuais. 

Um dos primeiros filmes a explorar um roteiro mais complexo, basicamente nos mesmos moldes do que conhecemos hoje, foi “The Story of the Kelly Gang”, de 1906. A produção australiana narra a história de Ned Kelly, um fora da lei que desafia a Austrália colonial, se transformando em um herói. 

Obviamente, de lá para cá os roteiros evoluíram, o próprio conceito de storytelling foi criado — assim como surgiram diferentes técnicas de narrativa — e as produções se tornaram mais elaboradas, como o grande vencedor do Oscar 2023 comprova. 

Mas uma máxima prevalece: histórias emocionam e engajam.  E isso é um poderoso indicativo de que uma narrativa bem contada pode ficar marcada na cabeça do seu público-alvo. 

Cadeiras de sala de cinema
Filmes exploram o storytelling para capturar a atenção do público

O que é preciso ter em mente é que o storytelling é uma estratégia de criação de conteúdo muito eficaz para gerar, conexão, empatia e envolvimento.  

Nas apresentações ou eventos corporativos, incluindo treinamentos, palestras ou reuniões, a contação de histórias, como a técnica é popularmente conhecida, é uma grande aliada na hora de criar vínculo com a sua audiência e captar sua atenção. 

Da mesma forma, o cinema utiliza desse recurso para atrair os espectadores e os críticos. 

Os desafios do uso do storytelling no ambiente corporativo 

Construir uma história capaz de engajar sua audiência é permeada por alguns desafios. Segundo Rodrigo Possert, consultor educacional na SOAP, o primeiro deles é, independentemente do tipo de narrativa escolhida, estabelecer a chamada verdade em comum. Ou seja, o elemento dentro da história que faz com que o público se conecte com aquele conteúdo. 

“Quando você assiste um filme e não se identifica, não sente nada por nenhum dos personagens, esse filme não vai ficar marcado na sua cabeça e, dificilmente, terá sucesso. Da mesma maneira acontece com apresentações ou comunicações em outros canais. Se eu não consigo engajar minha audiência gerando significado, estabelecendo uma sintonia, uma conexão, a minha história pode estar muito bem contada, mas ela será pouco efetiva.” 

Portanto, identificar essa verdade em comum é o primeiro ponto de conexão com o público, pois é por meio dela que é possível captar e reter a atenção do público-alvo. 

No cinema isso não é necessário, mas no ambiente corporativo utilizar um Call to Action, o famoso CTA, para estabelecer os próximos passos para endereçar sua audiência para aquilo que o comunicador espera que ela faça. “Precisa existir isso senão a comunicação fica sem objetivo”, pontuou Rodrigo. 

Outro ponto destacado pelo especialista da SOAP é que uma narrativa construída dentro dos objetivos da comunicação empresarial, seja uma comunicação interna ou externa, não pode ter como foco a empresa, produto ou projeto. 

Lembre-se de que o que atrai a atenção do público é saber de que maneira o que você está apresentando pode atender às necessidades dele e quais benefícios oferece. Assim, o foco tem que sempre ser o seu público. 

“Comunicação é, acima de tudo, sobre o outro. Então, essa armadilha de falar muito de si e não do que é relevante para sua audiência é um desafio que precisa ser observado”, alertou. 

Por fim, não adaptar a comunicação de acordo com o público também pode ser um ponto de atenção.  

“Ainda que seja sobre a mesma coisa e eu tenha o mesmo objetivo, eu não posso fazer uma comunicação da mesma forma para públicos diferentes. Eu preciso fazer uma avaliação estratégica acerca do perfil majoritário do meu público-alvo e adaptar a minha comunicação para ele, porque senão eu não consigo estabelecer a conexão.” 

Desenvolva suas habilidades de storytelling 

Em um mundo cheio de estímulos diferentes, captar a atenção da sua audiência é desafiador. Mas o treinamento SOAP Storytelling pode ajudar a sua empresa a atrair a atenção do público e alcançar seus objetivos. 

As aulas são desenvolvidas para que os funcionários sejam capazes de contar histórias envolventes e emocionantes aplicáveis a diversos contextos corporativos, como na construção de roteiros e briefings, campanhas publicitárias, lançamentos de produtos, vídeos, lives e podcasts. 

Entre os conteúdos abordados estão: 

  • Histórico do storytelling no mundo e sua importância para a vida social; 
  • Aplicabilidade e UX no universo das histórias; 
  • Panorama: do objetivo à moral da história; 
  • Conquistando a audiência pelas emoções, com base na neurociência; 
  • Métodos diferentes: Atos, Jornada do Herói, Jornada da Heroína e Kishotenketsu; 
  • Semiótica das histórias; e 
  • Estruturação de narrativa em diversos contextos de trabalho. 

Ficou curioso para conhecer mais? Entre em contato com um de nossos especialistas e peça seu orçamento. 



Posts Relacionados

A jornada do herói: confira 12 exemplos para se inspirar

Treinamento
01/05/2024
leia agora

O que é Storytelling e como usar nas apresentações profissionais?

Storytelling
29/04/2024
leia agora

Endereço

Rua Gomes de Carvalho, 1266 - sala 72
Vila Olímpia - São Paulo | Brasil
(55.11) 4084.4085 [email protected]

No mundo

Portugal
USA
França