O que aprender com o storytelling dos games? Veja como os jogos trabalham histórias!  

Saber contar histórias é uma habilidade importante para quem quer investir em apresentações de alto impacto.

Treinamento SOAP
07/03/2023
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Saber contar histórias é uma habilidade importante para quem quer investir em apresentações de alto impacto. E o storytelling dos games pode servir de inspiração para trabalhar melhor as suas narrativas. 

Especialmente após a pandemia de Covid-19, os jogos eletrônicos ganharam mais notoriedade no mercado de entretenimento, ultrapassando em faturamento as indústrias da música e do cinema. 

A perspectiva é de que o setor cresça ainda mais nos próximos anos. Uma pesquisa da PWC avalia que o mercado de games alcançará US$194,7 bilhões em 2025, com destaque para os games casuais e sociais, que representarão cerca de 60% do setor.  

Ainda de acordo com a pesquisa, os games podem ajudar a alavancar outras indústrias do entretenimento. Em 2020, por exemplo, o Minecraft organizou um festival de música em sua plataforma, evidenciando a capacidade de convergência dos setores. 

Muito desse sucesso está atrelado ao fato de que os jogos trabalham cada vez mais a história dos seus personagens. Além de criarem uma ambientação mais realista em vez de focarem apenas em termos de jogabilidade. 

Quando os games passaram a investir em histórias? 

Os primeiros jogos eletrônicos de que se tem registro na história traziam apenas uma temática a ser explorada, mas a narrativa em si ficava a cargo da imaginação do jogador. Por volta da década de 70, esse cenário começou a mudar, com jogos como Space Invaders. 

No entanto, a questão da narrativa ainda era trabalhada de forma muito simplória. A história servia apenas para entregar um contexto sobre o universo onde o game se passava e o que o jogador deveria fazer para vencer os desafios propostos. 

Pegando o exemplo do Space Invaders, o game tinha como objetivo destruir naves alienígenas que queriam invadir o espaço e destruir a terra. Na época, a inspiração para a criação dessa narrativa foram histórias como A Guerra dos Mundos e Star Wars. 

Mas ainda não existia efetivamente uma história bem elaborada. O que o jogador sabia era que precisava combater as naves extraterrestres para acumular a maior pontuação possível. Qualquer coisa além disso sobre a história do game era mera imaginação dos jogadores. 

Muitos jogos eletrônicos adotaram a mesma estratégia, usando uma história — ainda que simples — como pano de fundo para explicar o contexto do game. Mas, em 1986 o jogo “The Legend of Zelda” mudou a forma de se construir as narrativas trabalhadas nos games.  

A série, que em 2023 completa 37 anos, conta com quase 20 títulos em seu catálogo e construiu um verdadeiro universo particular para os jogadores, trazendo novos mecanismos e formas de contar histórias em cada novo título lançado. 

The Legend of Zelda e o início do storytelling dos games 

O primeiro “The Legend of Zelda” já chegou ao mercado chamando atenção dos jogadores da época por ser um jogo de ação e aventura de exploração livre. Isso porque os jogadores eram inseridos no meio de um mapa, mas sem receber instruções sobre qual era sua missão ou caminho a seguir. 

Ou seja, para avançar no game era preciso explorar o ambiente, enquanto descobria como combater inimigos.  

Além disso, era um dos poucos jogos que permitiam salvar os avanços obtidos para continuar depois, visto que o game foi construído com base em uma narrativa mais longa e complexa para ser finalizado de uma só vez. 

Esse foi o primeiro jogo onde a história era um elemento fundamental para avançar pelos desafios propostos. Embora a tecnologia seja muito aquém da que se observa em jogos atuais, no primeiro “The Legend of Zelda” já era possível “sentir” as aflições do personagem principal. 

Para se ter uma ideia, em 2007, a coautora do livro Smartbomb, Heather Chaplin, chegou a citar durante o documentário de Curram, Bailey e Barbato, que Zelda foi o primeiro jogo que fez as pessoas chorarem enquanto jogavam, tamanha a conexão que sentiam com o personagem.  

Ou seja, pela primeira vez, uma narrativa criada dentro de um contexto de jogo foi capaz de gerar conexões reais ao ponto de despertar o sentimento de empatia dos gamers por um personagem fictício. 

É claro que depois desse sucesso, que se justifica com a popularidade do jogo até os dias atuais, muitos outros produtores beberam dessa fonte para criar franquias lucrativas.  

Os jogadores se tornaram mais exigentes também. Enredos difíceis de entender, com histórias confusas ou pouco instigantes passaram a não ser mais aceitos. Um exemplo clássico é o game Haze, na época desenvolvido para o PS3, que foi alvo de fortes críticas no seu lançamento por conta da narrativa desordenada. 

Hoje, os jogos são ainda mais envolventes, com histórias bem elaboradas e personagens com expressões mais realistas. O objetivo? Criar proximidade e estimular o jogador a querer cada vez mais vivenciar a jornada proposta pelos games. 

O que aprender com o storytelling dos games? 

A necessidade de criar narrativas envolventes para os jogos cresceu em uma proporção que atualmente os storytellers são um dos profissionais mais requisitados dentro dessa indústria. 

De acordo com as últimas tendências, os estúdios têm investido cada vez mais em apelos narrativos e jogos que apresentem histórias densas, complexas e bem construídas.  

Diante disso, cresce a busca por profissionais com habilidades para criar narrativas capazes de mexer com as emoções do público e desenvolver tramas, personagens, ambientes e elementos sedutores aos olhos dos gamers. 

Menino usa óculos de realidade virtual
Narrativas dos games, sobretudo os de realidade virtual, são capazes de mexer com as emoções do público

Observar o modo como esses profissionais trabalham e conseguem gerar esse ponto de conexão com o público de forma intuitiva pode ensinar lições valiosas para pessoas de qualquer área de atuação. 

Afinal, essas técnicas podem ser usadas em diferentes contextos, inclusive corporativos, como em apresentações, reuniões, palestras, entre outros.  

Mas quais são os principais aprendizados em relação ao storytelling dos games? Veja três exemplos: 

Gerar identificação 

Já reparou como diferentes franquias de jogos, como God of War e Call of Duty, têm um público fiel que as segue por anos? Um dos fatores que explica isso é que as boas histórias têm essa capacidade de despertar o interesse e gerar conexão entre a empresa e sua audiência. 

Ou seja, é capaz de gerar empatia e fazer com que seu público se identifique com a história do personagem, sentindo as mesmas emoções que ele. 

Construir uma jornada 

Está aí outro ponto que os jogos são capazes de fazer com maestria: criar jornadas que engajam. Um storytelling bem construído tem o poder de fazer com que o público se conecte com a jornada do personagem na sua busca por superar desafios. 

Seduzir o público 

Por fim, o storytelling dos games também tem a capacidade de seduzir o público de tal modo que o transforme em um consumidor fiel, conforme já mencionado antes.  

Isso está relacionado ao modo da construção da história e do impacto que ela causa, prendendo a atenção do público, inclusive, em relação a possíveis continuações. 

Como os storytellers de games constroem suas narrativas? 

Para construir suas narrativas e jogos que engajam, despertando o interesse do público, muito além das técnicas já conhecidas de storytelling, os contadores de histórias que trabalham com o desenvolvimento de games investem em referências e criatividade. 

A busca por referências pode ajudar os storytellers na hora de construir uma nova história, que tenha embasamento e apresente fatos que ajudem a justificar o ponto de partida para o enredo que se pretende construir.  

Vale destacar que essas referências devem servir apenas como inspiração para um novo enredo. De maneira alguma deve-se copiar elementos já explorados anteriormente em outras narrativas.  

Deixar a criatividade fluir para criar cenários, histórias, personagens e os mais diversos elementos do seu texto também é fundamental. Trazer um viés criativo para suas narrativas tornou-se mandatório, independentemente do contexto. 

Afinal, trabalhos engessados, pouco originais, o famoso “mais do mesmo” não engajam, nem geram a conexão desejada com o público. 

Assim, busque explorar recursos diferenciados e pouco utilizados anteriormente. Avalie o que a sua audiência quer e as principais tendências sobre o assunto do qual está falando e tente incorporar essas novidades na sua narrativa tornando-a mais atraente e diferenciada aos olhos do público. 

Por fim, deixe clara a essência da história que está construindo. Uma narrativa bem elaborada não precisa ser complexa e difícil de entender. Ao contrário, a trama deve despertar o interesse do público.  

Lembre-se que seu objetivo principal é gerar identificação para que sua audiência se conecte com sua história. 

Como aprender a desenvolver técnicas de storytelling? 

Quer aprender mais sobre storytelling e conhecer as principais técnicas que o ajudam a contar histórias que engajam de maneira criativa? A SOAP tem um treinamento completo que vai ajudar os funcionários da sua empresa a criarem narrativas eficazes para distribuição em múltiplos canais. 

O treinamento oferece o passo a passo para ajudar a atrair a atenção do seu público, gerar conexão e conduzir sua audiência aos seus objetivos. 

Tudo isso, graças ao processo de construção de histórias emocionantes e persuasivas, que podem ser aplicadas em diferentes contextos corporativos, como na construção de roteiros e briefings, campanhas publicitárias, lançamentos de produtos, vídeos, lives e podcasts. 

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