Por anos, a Inteligência Artificial (IA) foi vista como uma tecnologia futurística, que demoraria a ser incorporada no dia a dia dos seres humanos.
Por anos, a Inteligência Artificial (IA) foi vista como uma tecnologia futurística, que demoraria a ser incorporada no dia a dia dos seres humanos. Mas, a chegada de uma nova ferramenta tem transformado essa concepção. Trata-se do ChatGPT, modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI.
A ferramenta foi lançada em novembro do ano passado e, superando até mesmo as expectativas dos desenvolvedores, se tornou um sucesso. Não à toa, a OpenAI fechou uma parceria com a gigante da tecnologia Microsoft, que pretende incorporar as funcionalidades do ChatGPT em produtos da empresa, como no Microsoft Office e no buscador Bing.
O modelo de linguagem baseado em IA abre novas possibilidades para o desenvolvimento da tecnologia. Muitos já começam a considerar o momento como o início do próximo capítulo da Revolução Industrial, onde a automação ganhará destaque.
Para se ter uma ideia do tamanho do sucesso da ferramenta, o ChatGPT alcançou um milhão de acessos em apenas cinco dias. Em comparação, o Instagram levou 2,5 meses para atingir a mesma marca, enquanto o Facebook demorou dez meses para alcançar esse número de usuários.
Mas, apesar de todo o hype em torno do ChatGPT, ainda há dúvidas sobre o que é a ferramenta e como ela vai influenciar o mercado de trabalho. Neste artigo, vamos explicar em mais detalhes o que muda com a chegada dos modelos de linguagem baseados em IA.
A OpenAI, desenvolvedora da ferramenta, descreve o ChatGPT como um modelo de linguagem treinando para interagir com os usuários de forma conversacional.
Isso significa que diferentemente das buscas no Google, por exemplo, em que você faz uma pergunta e ele te responde por meio de links, no ChatGPT as respostas vêm em forma de texto, como se um amigo estivesse te mandando mensagens explicando determinado assunto.
Esse formato ajuda a tornar as interações mais dinâmicas. Além disso, permite que a ferramenta admita possíveis erros e rejeite solicitações inadequadas. Tudo isso é possível porque o ChatGPT foi desenvolvido com base em Inteligência Artificial.
Mais especificamente a técnica de Reinforcement Learning, um tipo de programação de software utilizado para treinar algoritmos usando um sistema de recompensa e punição.
Basicamente, a OpenAI utiliza dados reais disponíveis na internet para treinar seu modelo. A plataforma, embora esteja liberada para as pessoas, ainda está em processo de desenvolvimento. Desse modo, até mesmo as interações que já estão ocorrendo na ferramenta servem de insights para que a desenvolvedora possa fazer correções necessárias e aperfeiçoamentos.
O ChatGPT pode ser utilizado para diversas finalidades, como traduzir idiomas, resumir ou sumarizar textos, gerar respostas ou até mesmo completar um texto a partir de frases fornecidas. Mas ao mesmo tempo que otimiza tarefas, a ferramenta impõe novos desafios para as empresas e profissionais em geral.
As opiniões acerca do ChatGPT ainda são muito controversas. Quando uma tecnologia como essa surge, ela causa alterações em todo um contexto social. Ou seja, dita novos comportamentos e provoca influências, inclusive, no mercado de trabalho.
As próprias empresas de tecnologia se sentem ameaçadas com o sucesso do ChatGPT. O Google, por exemplo, já trabalha no desenvolvimento de um modelo de linguagem para competir com o da OpenAI. Na China, a Baidu também entra na corrida para a criação do que promete ser a nova fonte de buscas online das pessoas.
No mercado corporativo, as empresas já encontram funcionalidades interessantes para a ferramenta, como a automatização de tarefas repetitivas. Para muitos a tecnologia pode ajudar a melhorar o fluxo de trabalho e criar mais oportunidades profissionais.
Entre as principais vantagens que o modelo de linguagem oferece, pode-se citar:
Há pessoas que, por outro lado, se preocupam que em algum momento sejam substituídas pelas máquinas.
O ChatGPT também fomenta discussões éticas, uUma vez que a OpenAI não esclarece efetivamente o processo utilizado para o treinamento do modelo. Seria confiável utilizar informações da empresa na ferramenta?
Apesar das preocupações, a realidade é que são baixas as chances de o ChatGPT substituir o trabalho humano, pelo menos não em um futuro próximo. O primeiro ponto a considerar é que se trata de uma ferramenta nova e em processo de desenvolvimento.
Isso significa que mesmo apresentando resultados surpreendentes, o ChatGPT ainda comete erros e pode apresentar vieses negativos que precisam ser mais bem trabalhados.
Por isso, é importante sempre checar as informações fornecidas pela ferramenta e consultar outras fontes de pesquisas confiáveis.
Além disso, embora estejamos falando de uma ferramenta inteligente, o olhar crítico das pessoas e a criatividade são vantagens em relação à Inteligência Artificial.
Algumas profissões tendem a sofrer mais impacto que outras com a popularização do ChatGPT. E isso não significa que elas serão substituídas, pelo menos não inicialmente. A ferramenta de Inteligência Artificial pode servir como um apoio, otimizando tarefas mecânicas e que tomam muito tempo dos profissionais no dia a dia.
Entre a lista de profissões que poderão ser afetadas em algum momento (ou já estão sofrendo esse impacto) estão:
Talvez esses sejam os que mais sentem impactos inicialmente com a chegada do ChatGPT. A IA é capaz de ler, interpretar e escrever conteúdos de forma similar a dos humanos.
Mas a ferramenta ainda não é capaz de produzir conteúdos como os humanos, embora possa ser utilizada como aliada estratégica por esses profissionais.
Apesar de ser um recurso ainda pouco explorado, a ferramenta desenvolvida pela OpenAI também é capaz de produzir códigos de programação, às vezes até mais rápido que os humanos. No entanto, há muito a desenvolver nesse sentido, de forma que dificilmente os profissionais do setor serão substituídos em um futuro breve.
Esse ponto é bastante controverso. Logo que o ChatGPT surgiu, muitos estudantes recorreram à plataforma para responderem trabalhos escolares. Mas há muitos pormenores que tornam a questão um tanto complexa.
Em primeiro lugar, o ChatGPT pode errar. Isso já aconteceu antes e pode voltar a se repetir. Embora seja uma ferramenta com funcionalidades interessantes, é sempre importante checar em fontes confiáveis as informações fornecidas pelo modelo de linguagem.
Outro ponto é a necessidade de conexão humana na aprendizagem. Além disso, há toda uma questão em torno das metodologias de ensino, muito importantes para o processo educacional.
De qualquer maneira, não se exclui totalmente a possibilidade de usar o ChatGPT como aliado na educação. A ferramenta pode auxiliar nas pesquisas e sintetização de conteúdo.
O ChatGPT diferencia-se dos chatbots tradicionais não só pelo nível de inteligência da ferramenta, mas pela forma fluida como a plataforma interage com os humanos. Para o setor de atendimento ao cliente, é interessante a possibilidade de usar um sistema automatizado capaz de atender os clientes de forma mais “humana”.
Nesse caso específico, outros modelos de linguagem, também baseados em IA, podem ser mencionados. Entre eles o Midjourney e o DALL-E, que basicamente atuam da mesma forma. Ou seja, são capazes de gerar imagens artísticas em segundos, a partir de alguns comandos.
Conforme já mencionado, faz apenas cinco meses que o ChatGPT chegou ao mercado. Ainda é cedo para precisar como será a configuração do mercado de trabalho a longo prazo.
Na verdade, passamos por um momento parecido com o que ocorreu na Primeira Revolução Industrial, quando trabalhadores quebraram máquinas pelo temor de que fossem substituídos por elas.
Veja bem, não tem ninguém quebrando máquinas. Mas o receio em relação ao desenvolvimento da Inteligência Artificial é o mesmo experimentado séculos antes.
A expectativa é que uma configuração social parecida se estabeleça dessa vez também. Ou seja, algumas profissões percam relevância à medida que esses grandes modelos de linguagem se desenvolvem e outras surjam em seu lugar.
Um exemplo é a crescente busca das BigTechs por profissionais qualificados para atuar como engenheiro de prompt, cuja função é projetar e criar prompts para utilização em sistemas baseados em IA.
As soft skills também tendem a ganhar ainda mais relevância, uma vez que características como pensamento crítico, criatividade, empatia e colaboração não poderão ser substituídas pelas máquinas.
Nos últimos anos, uma máxima tem se tornado realidade: as empresas precisam se adaptar às transformações do mercado e estimular que seus funcionários estejam alinhados às novas ferramentas que surgem.
Os líderes, por sua vez, têm um papel importante em orientar suas equipes para encararem os novos desafios que o mercado impõe.
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