— Quero um design de apresentação tipo Apple!— Tipo Apple?— É! Bem clean! Esse tipo de conversa sobre o famoso estilo Apple, muito frequente no nosso dia a dia, está ficando mais complexa e confusa de se compreender.
— Quero um design de apresentação tipo Apple!
— Tipo Apple?
— É! Bem clean!
Esse tipo de conversa sobre o famoso estilo Apple, muito frequente no nosso dia a dia, está ficando mais complexa e confusa de se compreender.
Principalmente porque tem um estilo, também bem clean, que ganhou a simpatia de um grande grupo de criativos.
O Flat Design, ou Design Plano, tem ficado cada vez mais evidente na nossa vida cotidiana.
Diferente da característica clean da Apple, presente principalmente no site da empresa e em seus produtos, o Flat Design se baseia principalmente como uma oposição a um outro design, também muito utilizado pela mesma Apple desde seus primórdios em 1984 com a introdução da ideia de desktop, ou área de trabalho.
Esse estilo chamado skeumorfismo (palavrão que vem do grego e significa ferramenta da forma) consiste em uma imitação de algum elemento por outro de diferente material. Pela empresa do Vale do Silício foi muito utilizado para simular botões, teclados, prateleiras, cadernos e mais uma infinidade de elementos analógicos em uma interface digital. Simplificando…
Se levarmos em conta o quanto não estávamos acostumados a interagir com o meio digital, esse estilo de imitação serviu como uma grande escola para todos que vivenciaram a revolução online ocorrida nos últimos 30 anos. Mas os tempos mudaram!
Minha sobrinha de 3 anos já coloca o dedo na TV e arrasta esperando mudar de canal, aumentar o volume ou até interagir com o Pocoyo. Hoje não existe mais a necessidade de aprendermos como agir em um mundo digital/ online. Nascemos e vivemos nesse meio(!), com uma rotina turbulenta, onde ver um filme de 3 minutos do YouTube pode se tornar uma tarefa que praticamente é preciso agendar no Outlook.
Ele surge em um momento em que o foco, mais do que nunca, está no usuário. Criado para evidenciar e facilitar a informação, tudo que é supérfluo ou que cause um mínimo de ruído na comunicação, foi eliminado. Gradientes, relevos, sombras, texturas, bordas, reflexos e por aí vai…
O Flat Design veio para simplificar! Simplificar essa rotina maluca em que vivemos e que quando nos deparamos com ele, surge um certo alívio pela facilidade da compreensão e despoluição da informação que é mostrada.
Já existente há muitos anos e bastante difundido pelo primo do Design Gráfico, o Design de Produto, o Flat Design pode ser conhecido pelo nome de Modernismo.
O conceito do Modernismo utilizado principalmente pela Bauhaus e Escola de Ulm se baseava nos mesmos conceitos do Flat Design atual, que consiste em um foco praticamente total à função.
Ironia do destino! Foi justamente pela arqui-inimiga da Apple que o Flat Design se popularizou. Com o lançamento do Windows 8, a Microsoft trouxe à tona estes mesmos conceitos modernistas já utilizados em produtos para o Design Gráfico. E é aí que tudo começa! Desde este lançamento em outubro de 2012, o Flat Design tem ganhado adeptos.
Até a Apple começou a abrir mão do tanto utilizado skeumorfismo para aderir ao flat. O orgulho ainda bate nas macieiras e eles não deixaram de colocar um efeito ou outro no seu design, ao contrário da própria Microsoft que utiliza um design minimalista com cores sólidas, formas retangulares e tipografias muito bem trabalhadas e nada mais do que isto!
Mas não se engane! O Flat Design é um design simples e minimalista, mas está longe de ser um design fácil de se criar.
O simples é complexo, menos é mais! Andréa Pacheco, User Experience Designer na Razorfish (agência de marketing digital presente em 9 países), menciona –aqui – que quando se reduz a interface ao essencial, valorizando o conteúdo e aproveitando ao máximo as cores e a tipografia, o resultado é uma interface muito mais atraente e sofisticada, e por mais que ela pareça simples não significa que é fácil de se fazer.
Para desenvolver uma página da web, um aplicativo ou até mesmo uma apresentação com esse conceito é necessário escolher de forma precisa todos os elementos e sua exata posição.
Quando se trabalha com o mínimo necessário, cada escolha errada é elevada a centésima potência e o erro fica muito evidenciado. Por isso que a escolha das cores, tipografias, formas e principalmente a diagramação destes elementos utilizados no Flat Design tem que ser tão minuciosamente escolhida de acordo com o objetivo da mensagem.
Esses elementos estão presentes justamente com o único objetivo de trazer uma clareza visual na comunicação proposta.
A utilização de outros elementos, como por exemplo imagens, é bem-vinda e até interessante quando bem coerente ao resto dos elementos mais tradicionais do Flat Design. Justamente por se diferenciar do padrão do conceito, quebra a regra e gera uma surpresa agradável por meio de um resultado inusitado.
http://demo.tardigradestudio.com/themes/keylight/
O grande foco do Flat Design, assim como no Modernismo, é o usuário. A função do design está acima da estética.
E é por isso que é tão importante que seja didático, minimalista e que priorize ao máximo e interfira o mínimo no conteúdo. É a elevação da experiência do usuário com a informação. Agora, se você está querendo uma apresentação clean, talvez você queira uma apresentação tipo Microsoft. E não tipo Apple.
Para se divertir e também saber mais:
http://www.flatvsrealism.com/ (infográfico e game criado pela agência inTacto para ilustrar a briga do Flat Design contra Skeumorfismo)
http://www.pinterest.com/search/pins/?q=flat%20design&rs=rs
http://www.dzestudio.com.br/blog/5-razoes-para-o-sucesso-do-flat-design/
http://gizmodo.uol.com.br/o-que-e-flat-design/