Construir uma narrativa envolvente é um desafio.
Construir uma narrativa envolvente é um desafio. Mas algumas técnicas de storytelling podem ajudar a criar histórias que engajam. Você já conhece a Teoria dos 3 atos?
A técnica de narrativa é muito popular entre romancistas e roteiristas. Basicamente, sua estrutura consiste em dividir uma história em início, meio e fim, delimitando bem os principais marcos em cada ato.
A Teoria dos 3 atos se fundamenta em um conceito elaborado por Aristóteles. Ao assistir as peças realizadas nos anfiteatros gregos, o filósofo passou a analisar os elementos que se repetiam nas apresentações e reuniu essas observações em um livro, chamado “A Poética”.
Na época, Aristóteles resumiu a estrutura das peças de maneira bem mais simples. Mas ao longo dos anos, diversos teóricos passaram a estudar o tema, chegando à teoria que utilizamos nos dias atuais.
A metodologia só foi realmente popularizada pelo roteirista Syd Field, após a publicação do livro “Roteiro – Os Fundamentos do Roteirismo”, no fim da década de 70. Field contribuiu significativamente para fundamentar o modo como as narrativas modernas são construídas.
Foi ele, por exemplo, que apresentou o conceito de “plot point”. Ou seja, o ponto de virada, a ação que muda, inesperadamente, os rumos da história, colocando os personagens em situações inusitadas e trazendo mais dinamismo para o enredo.
Normalmente, esses enredos contam com uma questão dramática, uma pergunta que norteia toda a jornada do personagem principal e que deve ser respondida no final da história.
A Teoria dos 3 atos também costuma ser conhecida como “Configuração, confronto e resolução”, que correspondem, respectivamente, ao início, meio e fim da história.
O primeiro ato (configuração/início) corresponde à introdução, ou seja, a apresentação do cenário, dos personagens e do enredo. O segundo ato (confronto/meio) está relacionado à aventura, aos conflitos que o personagem principal deve superar. Por fim, o terceiro ato (resolução/fim) é o clímax, o desfecho da história.
Os teóricos clássicos defendem que existe uma proporção adequada para a construção dessa estrutura, que ficaria da seguinte maneira:
A ideia é que com essa divisão, o roteirista ou escritor consiga criar um bom ritmo para os acontecimentos dentro da história. Criar uma introdução muito longa, por exemplo, pode tornar o enredo cansativo e dispersar a atenção do público logo de início.
Por outro lado, se o desenvolvimento for curto demais, muitas coisas podem ficar sem resposta, quebrando as expectativas em relação à história.
Apesar disso, a Teoria dos 3 atos não é uma metodologia engessada. Ao contrário, ela pode ser facilmente adaptada às necessidades de cada enredo. Mas, ao mesmo tempo, contribui para dar forma a uma história de maneira coesa.
Agora que você já sabe o que é a Teoria dos 3 atos e como ela funciona, está na hora de entender como essa estrutura é utilizada na prática. O conceito é bem simples, basta respeitar os elementos que compõem cada ato dentro do enredo. Veja:
Esse é o momento de preparar o terreno. Em outras palavras, é a hora de apresentar ao seu público quem é o protagonista da história, como é sua vida, o ambiente em que vive, quem são as pessoas que o cercam, além de seus pontos fortes e fracos.
É também nessa etapa que deve acontecer a primeira quebra de paradigma. Ou seja, aquele primeiro incidente que faz o personagem sair de sua zona de conforto.
O final do primeiro ato precisa marcar a virada para o ato 2. O protagonista deixa de lado suas incertezas e inseguranças e toma decisões importantes que o farão evoluir na história.
O segundo ato costuma ser o mais longo. Isso ocorre porque é justamente nesse momento que o protagonista inicia sua jornada, explorando um novo mundo. Ao longo da trajetória, além de conhecer novos cenários e desafios, o personagem faz novas alianças e ganha inimizades.
Esse ponto da história também apresenta um momento mais introspectivo, quando o protagonista descobre mais informações sobre si mesmo, reconhecendo seus pontos fortes e seus limites.
Outro elemento importante do segundo ato é o acontecimento de um evento inesperado, mas que provoca grande abalo no protagonista. É quando o seu mundo (mesmo que metaforicamente) está ameaçado e o personagem deve tomar uma decisão que vem acompanhada de uma grande responsabilidade.
Geralmente, o ponto de virada para o ato 3 acontece após o baque inicial diante desse grande conflito, quando o protagonista tenta retomar sua jornada.
O último ato é o encaminhamento para o fim da história. Ou seja, quando o protagonista está preparado para enfrentar sua principal batalha.
Nesse ponto, é importante delimitar a força e a determinação do herói, adquiridas ao longo de sua jornada, mas ao mesmo tempo, utilizar o elemento da dúvida para instigar o público a imaginar se estaria o personagem realmente pronto para superar tal desafio.
O terceiro ato também marca o clímax da história, quando a grande batalha aguardada pelo público realmente acontece.
E, por fim, ocorre o desfecho e as conclusões da história são apresentadas. As tensões ficam de lado e o protagonista pode, finalmente, retomar sua vida, agora com os aprendizados adquiridos ao longo de sua jornada.
As técnicas de storytelling são muito bem-vindas nas apresentações corporativas. Afinal, o grande objetivo por trás delas é vender sua ideia de maneira cativante, gerando conexão entre você e o seu público.
Para quem ainda tem dúvidas sobre o que é storytelling, a SOAP, em parceria com o Portal Mundo do Marketing, desenvolveu um e-book que busca simplificar esse conceito, facilitando seu uso em diferentes comunicações, como campanhas de marketing, apresentações, reuniões e outras. Baixe o seu gratuitamente!
Com a Teoria dos 3 atos não é diferente. A técnica é muito explorada nos filmes, nas peças de teatro e nos livros, mas seus fundamentos podem servir de fonte de inspiração para criação de conteúdos relacionados ao ambiente corporativo. Mas como fazer isso?
Apesar de parecer desafiador, utilizar a Teoria dos 3 atos em apresentações corporativas é mais fácil do que se imagina. No entanto, é preciso tomar certos cuidados.
O primeiro ato não deve ser utilizado para falar sobre você ou sua empresa. Pelo contrário, essa é a primeira chance de despertar a atenção e criar conexão com a sua audiência.
Por isso, vale criar uma ambientação, trazendo para o foco problemas e desafios vividos pelo seu público e que se relacionam de alguma maneira com o tema que pretende explorar. A ideia é que esse seja o ponto de partida para que você possa, ao longo da apresentação, apresentar as soluções que seu produto ou serviço pode oferecer.
Já o segundo ato assume o papel de gerar engajamento, ou seja, garantir que sua audiência siga com a atenção voltada para o que está apresentado. É a hora de se aprofundar nos cenários apresentados no ato 1, apresentando mais informações que contextualizem o que foi inicialmente.
Nesse ponto, é interessante usar dados de pesquisas, cases e outros conteúdos ricos que ajudem a sustentar suas afirmações.
Por fim, no ato 3 é o momento de apresentar soluções. O que sua empresa tem a oferecer? Quais são as vantagens em relação às concorrentes? De que maneira isso resolve as dores do seu público? Essas perguntas podem ajudar a nortear a construção de um desfecho satisfatório e que se traduza em conversão.
Em um mundo onde temos acesso a milhares de informações a qualquer momento, despertar a atenção da sua audiência é um desafio. Muitas empresas pecam em desconsiderar o fator emocional na hora de construir sua comunicação, mas na verdade esse é um aspecto que influencia muito os seres humanos em geral.
No treinamento SOAP Storytelling, explicamos como usar técnicas de narrativa para criar conteúdos que engajam, conectam e emocionam a audiência. Os conceitos podem ser aplicados a diferentes contextos corporativos: construção de roteiros e briefings, campanhas publicitárias, lançamentos de produtos, vídeos, lives e podcasts.
O conteúdo explora desde o conceito de storytelling e sua importância para a vida social, até questões relacionadas à aplicabilidade dessas técnicas e diferentes métodos que podem ser utilizados, como a Teoria dos 3 atos, Jornada do Herói e Kishotenketsu. Veja:
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