A liderança feminina tem sido um tema cada vez mais discutido no mercado e não é à toa.
A liderança feminina tem sido um tema cada vez mais discutido no mercado e não é à toa. Pesquisas mostram que a diversidade de gênero na tomada de decisões pode ter muitos benefícios para as organizações.
Ainda estamos longe de alcançar um patamar de igualdade. No entanto, já há sinais de que as discussões e movimentos têm surtido efeitos positivos.
No mercado de comunicação corporativa, por exemplo, mulheres ocupam 69% dos cargos de liderança. O dado é de uma pesquisa realizada no Brasil pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).
Porém, essa é uma pauta que não se limita ao mercado de trabalho. Para Renata Catto, diretora de negócios e especialista em liderança feminina da SOAP, onde 70% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, “igualdade salarial é um movimento muito maior que o ambiente corporativo”.
Mesmo quando se fala em quantidade de mulheres tomando decisões em empresas, o impacto disso extrapola os muros das organizações.
Uma estimativa divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta que uma maior participação feminina poderia retornar até R$382 bilhões à economia brasileira até 2025.
Em questões políticas não é diferente. Um estudo assinado pelas pesquisadoras Supriya Garikipati, da Universidade de Liverpool, e Uma Kambhampati, da Universidade de Reading, apontou que os países liderados por mulheres tiveram mais eficácia na gestão da pandemia da Covid-19.
A questão é que ainda há muitos desafios a serem superados, especialmente no dia a dia de mulheres à frente de projetos e times.
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que tal se inspirar com alguns nomes de destaque em gestão e liderança feminina?
Damilola Odufuwa e Odunayo Eweniyi são as fundadoras do grupo Coalizão Feminista responsável por grande avanço nas discussões sobre direitos das mulheres na Nigéria.
Com o apoio de outras onze, o movimento surgiu em oposição à brutalidade policial exercida pelo Esquadrão Especial Anti-Roubo (SARS). Foi o grupo que criou o movimento #EndSARS, projeto que se tornou um grito de guerra conhecido globalmente.
A Coalizão Feminista não se identifica como uma organização política. No entanto, certamente seu impacto social, especialmente na questão feminista, entra para a história da Nigéria, sobre a liderança de Damilola Odufuwa e Odunayo Eweniyi.
A brasileira Cristina Junqueira é co-fundadora do Nubank, um dos maiores bancos digitais do país, com valor de mercado estimado em US$17,97 bilhões. No ano passado, ela foi a única brasileira a ser reconhecida na lista Forbes Under 40, pelo seu papel no mundo dos negócios.
Além disso, Junqueira é uma das bilionárias que construíram sua riqueza sem ajuda de heranças. Para se ter uma noção, mulheres não-herdeiras representam somente 3% dos 500 indivíduos mais ricos do mundo.
Sarah Gilbert é uma cientista britânica e professora de vacinologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ela é uma das criadoras da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Sua vacina foi aprovada para uso em muitos países ao redor do mundo, especialmente por se apresentar como uma das soluções mais baratas frente a outras opções que foram desenvolvidas.
Gilbert também trabalhou no desenvolvimento de outras vacinas importantes, incluindo a contra a gripe suína H1N1 em 2009. Em reconhecimento a seu trabalho, ela foi nomeada Dama Comandante da Ordem do Império Britânico em 2021.
A primeira-ministra da Nova Zelândia ficou internacionalmente conhecida por sua gestão da pandemia de Covid-19. Ardern teve uma das respostas mais rápidas e bem-sucedidas nos primeiros meses da crise sanitária.
A política também é reconhecida como exemplo de liderança em diversidade, após montar o gabinete mais diversificado da história da Nova Zelândia. Dos 20 membros, oito são mulheres, oito são nativos dos povos Māori e Pasifika, e três são LGBTQ+.
Nemonte Nenquimo é considerada uma das vozes mais poderosas na luta contra as alterações climáticas globais. A líder da nação Waorani, no Equador, está junto de seu povo na linha de frente na defesa das terras indígenas.
Em 2020, Nenquimo recebeu o prêmio ambiental Goldman, considerado o “Nobel” do meio ambiente, após resistir às políticas do governo equatoriano que permitiam que as petrolíferas perfurassem uma área da Amazónia.
Sônia Guajajara é atualmente a ministra dos Povos Indígenas do Brasil. Natural de Araribóia, no Maranhão, ela foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
A ministra é um dos principais nomes da luta nacional de povos indígenas. Sônia Guajajara tem vários cases de liderança. Já foi eleita vice coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
A ativista também conquistou reconhecimento internacional ao realizar diversas denúncias sobre violações de direitos indígenas em órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Parlamento Europeu e também nas Conferências Mundiais do Clima (COP).
A liderança feminina ainda enfrenta muitos desafios tanto no mercado de trabalho quanto na política. Embora as mulheres estejam assumindo cada vez mais posições de decisão, a desigualdade de gênero é uma realidade em muitos setores.
Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no ano passado, a participação de mulheres no mercado de trabalho ainda é 20% inferior à dos homens. Além disso, elas ainda são minoria em cargos de liderança, no Brasil e no mundo.
De acordo com levantamento da empresa norte-americana Zippia, realizado em setembro de 2022, as mulheres representam 58,4% da força de trabalho dos Estados Unidos, mas ocupam apenas 35% dos cargos de liderança.
Na política, as mulheres também são sub-representadas em cargos mais importantes. Conforme a Organização das Nações Unidas, em 2020, apenas 20,5% dos parlamentares em todo o mundo eram mulheres.
Mas além da questão puramente quantitativa, existem desafios no desenvolvimento dessas mulheres. Um dos principais é a percepção estereotipada de que elas não são capazes de liderar ou não são tão competentes quanto seus colegas homens.
“Um desafio que toda mulher enfrenta é a questão do posicionamento (…). Muitas vezes, a mulher que se posiciona é vista como chata, controladora. É um desafio ganhar posicionamento e conseguir se impor”, diz Renata Catto, diretora de negócios e especialista em liderança feminina da SOAP.
De modo geral, as mulheres são avaliadas de forma mais negativa do que os homens em quase todas as dimensões de liderança. Essa percepção limita as oportunidades para as mulheres e afeta também sua capacidade de liderar efetivamente.
Muitas vezes as mulheres enfrentam desafios adicionais devido às responsabilidades de cuidado com a família e às expectativas culturais de gênero.
Como destaca Renata Catto, uma das principais questões é a maternidade. Embora seja um direito legal, a licença após o nascimento do filho gera inseguranças em todas as mulheres.
“Quando tive meu filho e tirei minha licença maternidade, isso gerou uma super insegurança sobre o que ia acontecer. Quando eu voltar, ainda vou ter espaço? As pessoas ainda acham que eu posso ser útil para a empresa, que eu posso agregar? Quando eu voltar, será que ainda vou me sentir como parte deste universo corporativo?”
Renata não teve problemas quanto a isso pois, de acordo com ela, a SOAP conduziu sua licença muito bem. Porém, a insegurança não é em vão, já que esse aspecto da vida da mulher ainda é motivo de milhares de demissões.
De acordo com pesquisa da FGV, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade ficam fora do mercado de trabalho e permanecem assim até 47 meses após a licença.
Em resumo, a liderança feminina enfrenta inúmeros desafios no mercado de trabalho e na sociedade. Desigualdade de gênero e discriminação ainda são barreiras a serem superadas para promover a igualdade de oportunidades para as mulheres líderes.
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Para que mais mulheres ocupem cargos de liderança, é fundamental investir em conhecimento e treinamentos. Cada vez mais, as empresas estão percebendo essa lacuna e contratando consultorias e capacitações.
Com o treinamento SOAP Liderança, por exemplo, é possível aprender o papel da liderança e técnicas de inteligência interpessoal, intrapessoal e linguística para superar os desafios na gestão de pessoas.
Quem já fez comprova: “O conteúdo ajudou a repensar coisas que por vezes não nos atentamos. O conteúdo é rico e foram muito assertivos com a condução de toda a narrativa”, disse uma funcionária da SmarAPD, que contratou o treinamento.
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