O tom de voz é um dos aspectos mais importantes ao falar em público. Entenda como desenvolver e usar a voz a seu favor!
O tom de voz é um dos aspectos da oratória mais negligenciados por grande parte das pessoas. Muitos querem aprender para onde olhar ao falar em público, onde devem colocar as mãos, mas esquecem da voz.
Carol Martins, diretora de Operação, líder da área de Recursos Humanos da SOAP há nove anos e facilitadora em treinamentos de comunicação, destaca como o mercado oferece uma infinidade de livros e conteúdos sobre linguagem corporal e os aspectos mais técnicos da elaboração de um conteúdo. Porém, são bem menos recorrentes aqueles que tratam de preparação vocal.
Não é que esse seja um aspecto mais importante da comunicação que os outros, mas especialmente para quem vai falar em público, como em apresentações profissionais e treinamentos, o tom de voz tem um enorme impacto.
“A oratória é o que acontece na hora H. Não existe volta ou tente outra vez, é um momento muito decisivo e você não terá outra chance para fazer de novo”, destaca Carol.
Por isso é tão importante estar preparado nesse aspecto antes de falar em público.
Na comunicação, o tom de voz faz parte da oratória. Para começarmos a debater sobre voz e falar em público, precisamos primeiro entender sobre oratória.
A oratória é a arte de falar em público com clareza e eloquência. Essa habilidade pode ser aprimorada com técnicas de comunicação verbal, seja para informar, entreter, persuadir ou inspirar uma audiência.
Existem técnicas de preparação do discurso, como a estruturação da mensagem e a seleção de argumentos convincentes, bem como técnicas de apresentação, como a projeção da voz, a gestão da postura e a utilização de recursos visuais, como slides e gráficos.
Portanto, a oratória abrange todos esses aspectos de uma apresentação: a comunicação verbal, não verbal e também a voz.
A voz é um elemento fundamental na oratória, pois é através dela que o orador denota o tom de seu discurso. A forma como o tom é projetado, a variação na entonação e no ritmo da fala pode ajudar a manter o interesse da audiência e enfatizar pontos importantes do discurso.
“A voz é uma ferramenta muito importante para expressar qual é a ‘vibe’ da apresentação. É uma bronca? É um elogio? É um novo projeto sobre o qual você precisa transmitir empolgação? A voz é a ferramenta para traduzir a sensação a ser transmitida.”
Carol Martins
O tom de voz é extremamente importante para falar em público, pois pode influenciar a forma como a mensagem é percebida e compreendida pelo público.
Um tom monótono, por exemplo, pode fazer com que as pessoas percam o interesse no que está sendo dito. Afinal, quando a audiência não consegue acompanhar seu raciocínio, ela desconecta.
“A tendência não é que a pessoa se esforce para tentar entender o que você está falando, mas que ela simplesmente se disperse”, alerta Carol Martins.
Por outro lado, um tom expressivo pode ajudar a manter a atenção do público e transmitir emoção e entusiasmo em relação ao assunto.
Uma voz confiante e segura pode ajudar a estabelecer autoridade e credibilidade, o que é particularmente importante em apresentações profissionais.
Portanto, é importante prestar atenção ao tom de voz e praticar essa habilidade antes de falar em público.
Dito isso, pode dizer que o tom de voz pode influenciar (positivamente ou negativamente), três aspectos principais de uma apresentação:
“A voz traz dois grandes benefícios: o entendimento e o engajamento. O principal deles é gerar engajamento, fazer as pessoas ficarem atentas ao que você está falando”, destaca Carol Martins.
Como já abordado, a simples entonação da voz pode ser um recurso para chamar atenção das pessoas.
“Se você tem uma fala monótona ou pouco expressiva, seu discurso fica chato. Você pode estar falando sobre a coisa mais legal do mundo, mas fica chato. Se você quer que as pessoas prestem atenção e se interessem pela sua mensagem, você precisa demonstrar essa energia.”
O tom de voz também é uma importante ferramenta para denotar a mensagem. Ou seja, dependendo da forma como você transmite a mesma mensagem, ela pode soar como uma bronca ou um simples recado, por exemplo.
“A voz é uma ferramenta muito importante para expressar qual é a vibe de uma apresentação. É uma bronca? É um elogio? É um novo projeto sobre o qual você precisa transmitir empolgação? A voz é a ferramenta para traduzir a sensação a ser transmitida.”
A voz também é uma ferramenta de comunicação assertiva. Se for bem trabalhada, pode melhorar o entendimento das pessoas sobre a mensagem transmitida e, até mesmo, fazer com que o discurso seja mais persuasivo.
“Ela ajuda a gerar entendimento de uma forma mais subjetiva. Não é sobre o que você está falando, a palavra que você usa. Mas sim sobre o tom que você usa nela”, frisa Carol.
Aqui entra a importância de ter um bom preparo da voz antes de uma apresentação. Se ela estiver rouca, muito baixa, trêmula ou esganiçada pode contribuir negativamente para a assertividade do discurso.
Não existe um tom de voz único e “certo” para falar em público, o tom adequado depende do contexto, da audiência e do propósito da apresentação. Ou seja, depende da mensagem que se deseja transmitir.
No entanto, alguns princípios gerais podem ajudar a escolher o tom de voz apropriado:
A prática pode ajudar a encontrar o tom de voz certo para cada situação. Grave-se falando e ouça a si mesmo para identificar áreas em que pode melhorar. Peça feedback de outras pessoas sobre o seu tom de voz e como você pode melhorar a sua apresentação.
Facilitadora em vários dos treinamentos de comunicação da SOAP, Carol conta que as pessoas sempre ficam impressionadas com o alinhamento entre aquilo que ela fala e os slides que apresenta, sem olhar para eles.
Mesmo tendo que prestar atenção em vários aspectos da comunicação ao mesmo tempo, ela mantém essa sincronia e ainda uma eloquência perfeita.
“Eu consigo fazer isso, porque já fiz essa apresentação mais de 300 vezes. Não é porque eu nasci com o dom da oratória”, explica a especialista.
“Quanto mais você repetir sua apresentação, mais confortável se sentirá com o conteúdo e conseguirá prestar mais atenção nos elementos de oratória: tom de voz, pausa, etc.”
Existe um estudo famoso do Prof. K. Anders Ericsson que diz que quando se faz uma coisa por 10 mil horas, é possível alcançar a excelência nisso.
Logicamente, você não precisa treinar a mesma apresentação por 10 mil horas. Mas quanto mais repeti-la, mais próximo estará do excelente.
Enquanto estiver treinando sua apresentação repetidas vezes, grave-as. Não precisam ser todas: grave a primeira vez e faça uma avaliação do que preocupa melhorar em relação à sua oratória, tom de voz e também outros elementos, como a comunicação não verbal.
Depois de treinar mais algumas vezes, quando sentir que já corrigiu os problemas encontrados na primeira gravação, faça mais uma. E novamente, verifique se realmente evolui ou se há aspectos da oratória que ainda podem melhorar.
“Se ver apresentando o conteúdo de fora aumenta o seu nível de consciência sobre aspectos que precisam ser melhorados. É uma excelente forma de identificar o uso de vícios de linguagem, por exemplo.”
Falar pausadamente é uma das habilidades mais importantes na oratória. Ao falar devagar, você permite que sua plateia compreenda melhor suas palavras e ideias, tornando a comunicação mais clara e eficaz.
Quando falamos rapidamente ou de forma atropelada, é comum que as palavras se embaralhem, dificultando a compreensão do que estamos dizendo. Além disso, um discurso rápido pode passar a impressão de falta de confiança ou de falta de segurança sobre o que está sendo dito.
Por outro lado, ao falar pausadamente, é possível controlar melhor a respiração e a entonação da voz, o que contribui para a construção de um discurso mais eloquente e convincente.
As pausas também são importantes para dar ênfase a determinadas palavras ou ideias, e para permitir que a plateia reflita sobre o que foi dito.
“É muito importante fazer as pessoas conseguirem acompanhar sua linha de raciocínio”, destaca Carol.
“O Gustavo Penna, um dos melhores roteiristas que conheço e que trabalha aqui na SOAP, costuma dizer: se você não consegue dar o tempo que o público precisa para absorver a ideia, não adianta.”
Portanto, falar pausadamente é uma habilidade essencial para qualquer pessoa que queira se comunicar de forma clara e eficaz, seja em uma apresentação de trabalho, uma palestra, treinamento ou em qualquer outra situação em que seja necessário se expressar de forma verbal.
Os exercícios de fonoaudiologia podem ajudar a melhorar o tom de voz para falar em público de várias maneiras: melhorando a respiração, fortalecendo os músculos da fala, ajudando com a entonação das palavras e, principalmente, corrigindo problemas de dicção.
Busque um profissional da área, se puder, ou compre livros para conhecer os melhores exercícios. Assim como outros aspectos da comunicação, a voz também pode e deve ser treinada e exercitada.
“Há uma coisa importante sobre isso”, destaca Carol Martins. “Estilos vocais são diferentes (grave, agudo etc) e eles passam mensagens distintas, mas também é algo que pode ser trabalhado com exercícios de fono. Mas, em geral, é muito mais sobre como a pessoa se expressa, como ela coloca energia na voz.”
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