Quando o alemão Christoph Niemann resolve falar sobre design e criação de imagens, vale a pena parar para escutar.
Quando o alemão Christoph Niemann resolve falar sobre design e criação de imagens, vale a pena parar para escutar. Não só por ele ser um ilustrador super-respeitado, mas porque conhece como poucos o poder do visual. Niemann sabe como um desenho, por mais simples que seja, pode tocar fundo as emoções de quem o vê.
O ilustrador também entende de simplicidade, um conceito que adoramos aqui na SOAP. O trabalho dele é de um minimalismo impressionante, com poucos traços e uso econômico de cores. A singularidade, como você pode ver na apresentação dele no TED Talks, é a interação dos desenhos com objetos “reais”, o que torna as ilustrações impactantes e divertidas. Com poucos recursos, elas dizem muito.
De acordo com Niemann, o que faz a linguagem visual poderosa é a possibilidade de comunicar uma ideia complexa de uma forma simples e eficiente, algo que nós também defendemos para apresentações. Mais importante, as imagens podem evocar emoções. Ele dá o exemplo do sinal de Wi-fi: quando chegamos a um lugar novo e desconhecido e vemos esse símbolo, nós nos sentimos felizes, aliviados.
Quanto mais profundo algo estiver em nossas consciências, menos detalhes serão necessários para que tenhamos uma emoção a respeito disso. Com exemplos bastante ilustrativos, o ilustrador mostra que isso acontece porque nós somos muito bons em “preencher os vazios”; as imagens se formam em nossas mentes. Aliás, a imagem é uma excelente ferramenta para ativar a memória do público, já que costumam ser gravadas mais facilmente do que conteúdo escritos nos slides.
Então, de quanta informação precisamos para gerar compreensão, emoção e memorização na audiência? Niemann responde que seu objetivo, como artista, é usar o mínimo possível. “É absolutamente fundamental ter um bom entendimento do vocabulário visual e cultural de sua audiência”, afirma. Se você acompanha o blog da SOAP, deve saber que sempre insistimos nesse ponto. Para se comunicar bem, é preciso levar em consideração o conhecimento e as referências do público, seja uma pessoa ou um auditório cheio.
O ilustrador também faz uma provocação, dizendo que muita gente subestima a capacidade de as pessoas interpretarem imagens, e por isso vemos tantos clichês por aí. “Ah, não vão entender essa nova abordagem, é melhor colocar algo mais conhecido.”
Na SOAP, nós vivemos isso com frequência. É comum propormos metáforas para um cliente e, por insegurança, ele optar por um caminho mais óbvio. Só que quando realizamos uma associação inesperada, ativamos o cérebro do público, o que faz com que a informação seja retida por mais tempo. Esse é o nosso trabalho: não apenas ilustrar, mas criar um símbolo visual que contribua para o entendimento e a retenção da mensagem.
E não devemos subestimar as pessoas na hora de elaborar esses símbolos, lembra Niemann. Afinal, elas são “fluentes” na linguagem visual (mesmo sem ter consciência disso), e isso precisa ser considerado na hora de montar o visual das apresentações.
Niemann se considera bem-sucedido quando percebe que as pessoas, ao verem suas ilustrações, dizem “a-há!”. Mas isso, lembra ele, não quer dizer que ele próprio tenha tido um momento eureca na hora de criar a imagem. “Preciso de uma apresentação que tenha o fator UAU – aliás, é por esse motivo que muitos de nossos clientes nos procuram, porque é a nossa especialidade.
No entanto, tanto o processo de criação aqui na SOAP quanto o de Niemann não são nada “sexy”, pois consistem de uma série de pequenas decisões de design que podem levar a uma ideia. Como na poesia, afirma o ilustrador alemão, podemos “desenterrar” imagens que estão na cabeça da audiência, mas das quais ela não tinha se dado conta até ali.
Niemann conclui com aquela que considera a principal característica, ou habilidade, de um artista: empatia, algo que também pregamos muito aqui na SOAP e nos projetos que desenvolvemos. Criatividade é importante, metodologia também, mas precisamos dar um passo atrás e olhar para o visual usando a perspectiva da audiência. Ou seja, tentar olhar com os olhos do outro, da pessoa para quem aquela comunicação foi criada. Quando fazemos isso, a mágica real não acontece no papel, ou na apresentação: acontece na cabeça do público.
E aí, pronto para construir um visual poderoso com essas dicas? Para ficar ainda mais afiado, você pode navegar aqui no blog da SOAP e conferir nossos posts ou, ainda melhor, participar dos nossos cursos de comunicação corporativa, como o SOAP Visual e o SOAP Slides. E caso precise de uma ajudinha extra, entre em contato com a gente!