Spotify, Netflix e Duolingo são exemplos de empresas que trabalham bem os dados
Você já sentiu que, ao apresentar dados, a atenção da plateia se perde no segundo slide? Isso acontece porque transformar números em uma experiência envolvente é uma arte — e uma das habilidades mais estratégicas da comunicação atual.
Mostrar dados não é apenas despejar informações. É construir uma narrativa que revela algo relevante, que guia o público para uma conclusão ou decisão.
Vale lembrar que uma boa apresentação de dados elimina o excesso, destaca o essencial e provoca interesse. Um exemplo disso é o Spotify Wrapped, a famosa retrospectiva anual do Sportify, que virou sinônimo de dados apresentados com carisma e propósito.
Antes de montar uma apresentação, é importante fazer uma pergunta simples: qual é o objetivo desta apresentação?
O objetivo é apresentar resultados trimestrais, defender um investimento, mostrar o desempenho de uma campanha, engajar uma equipe? Saber onde se quer chegar define quais dados entram na apresentação e como eles serão organizados.
Por isso, evite a “inflação de dados”: não coloque tudo que você tem. Dados irrelevantes geram ruído e afastam o público. Uma boa apresentação filtra a informação com base no que importa para aquele contexto e público.
Cada gráfico precisa cumprir um papel claro. Evite inserir números apenas para preencher espaço.
Pense como um roteirista. Existe um início (o problema ou contexto), um meio (análise) e um fim (conclusão ou recomendação). Evite saltos lógicos ou mudanças abruptas de assunto.
Substitua frases longas por palavras-chave ou títulos com verbos de ação. O slide deve complementar, não competir com o que você fala.
Use o gráfico certo para cada tipo de informação
Você precisa entender qual tipo de gráfico vai apresentar os dados. Para exibir uma evolução ao longo do tempo, escolha o gráfico em linhas. Para comparação, o gráfico em barras. Já para demonstrar uma proporção, use o gráfico em pizza, mas com moderação, já que, dependendo do dado, outros gráficos podem ser mais adequados.
Por fim, mantenha uma paleta de cores consistente, prefira fontes simples e evite poluição visual. Lembre-se que um bom slide precisa de respiros e que as informações devem estar organizadas com hierarquia.
Todo final de ano, o Spotify lança sua retrospectiva personalizada: o Spotify Wrapped. Ele mostra ao usuário os artistas mais ouvidos, os gêneros favoritos, os minutos de música escutados. São dados, mas apresentados de forma leve, interativa, divertida e altamente compartilhável.
O que aprendemos com isso?
Há também outras marcas que usam os dados de forma criativa. A Netflix também faz bonito. Com o “Top 10” e relatórios periódicos, ela apresenta os filmes e séries mais assistidos por país, com dados organizados de forma simples, filtrável e com um design visualmente claro.
Além disso, em datas comemorativas ou retrospectivas, publica infográficos e animações para resumir tendências de consumo.
Outro bom exemplo é o Duolingo. Em seus relatórios anuais, a marca compartilha quais idiomas foram mais estudados por país, as tendências de comportamento e até os horários preferidos dos usuários para estudar — tudo isso com ilustrações, bom humor e linguagem acessível.
Esses exemplos mostram que dados não precisam ser chatos ou complexos. Eles podem ser criativos e personalizados.
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Dados sozinhos informam. Histórias conectam. Data Storytelling é a arte de transformar dados em narrativas com significado e objetivo. Numa apresentação, isso significa incorporar números ao roteiro da sua apresentação, com início, meio, fim e propósito.
Apresente um contexto: não comece com os resultados. Comece com uma pergunta, um desafio ou uma tendência observada. Isso cria envolvimento.
Mostre o percurso: como os dados foram coletados, o que revelaram, quais padrões surgiram. Traga o público para dentro da investigação.
Chegue à virada: qual dado muda o rumo da análise? Que descoberta inesperada surgiu?
Conclua com significado: o que tudo isso quer dizer? Quais ações derivam dessa leitura? Não deixe a interpretação solta.
Lembre-se que apresentar dados é, acima de tudo, comunicar ideias. Portanto, isso exige clareza, foco e empatia. Em vez de sobrecarregar o público com gráficos, planilhas e jargões, pense na apresentação como um caminho. O destino é a compreensão e a tomada de decisão.
Se você quer que seus dados sejam lembrados, conte uma boa história com eles. Com o treinamento SOAP Data Storytelling, você e seu time aprendem técnicas avançadas de estruturação, design e narrativa para levar suas apresentações ao próximo nível.
Neste treinamento, vocês aprenderão a:
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