O professor de filosofia e negócios da Copenhagen Business School, Bent Meier Sorensen, publicou um artigo no site The Conversation contra o uso do PowerPoint.
O professor de filosofia e negócios da Copenhagen Business School, Bent Meier Sorensen, publicou um artigo no site The Conversation contra o uso do PowerPoint. Já no título, o acadêmico sentencia a ferramenta, afirmando que ela “torna os alunos mais estúpidos e os professores mais chatos”. E conta que está liderando um movimento para banir o software de aulas e palestras. Para Sorensen, o PPT impede que o educador improvise, ficando preso ao que está escrito na tela. E também é uma trava para os alunos, que em vez de pensar a respeito do que é dito em busca de problemas, apenas absorvem o conteúdo dos “bullet points”.
Não é só no mundo acadêmico que têm surgido vozes contra o PPT. No mundo corporativo, a corrente anti-PPT tem seus adeptos. Jeff Bezos, o CEO da Amazon, é um deles. O todo-poderoso do e-commerce proibiu o uso de qualquer tipo de slide nas reuniões internas da empresa. Falamos a respeito no blogpost “O CEO da Amazon é contra o PowerPoint. Isso faz algum sentido?”.
Culpar o PowerPoint por uma aula chata ou uma reunião arrastada é o mesmo que errar um chute e culpar a chuteira.”
Apesar de ser importantíssima no conjunto da apresentação, a parte visual não trabalha sozinha. Ela é um apoio, não um norte. Antes de mais nada, o apresentador precisa dominar o assunto sobre o qual irá falar. O passo seguinte é estar preparado para usar as ferramentas tecnológicas a seu favor. Só assim a apresentação atingirá o estado da arte.
Se o educador não consegue improvisar e ir além do que está escrito nos slides, é sinal que não está seguro e preparado suficientemente. E se os alunos estão menos participativos, apenas absorvendo os “bullet points”, é porque o roteiro do professor está engessado e pouco engajador. É o típico problema do apresentador que usa o material como muleta e não como complemento da mensagem, que só fala exatamente o que está na tela.
Trocar o software pelas anotações no quadro-negro não vai resolver o problema. Vai, no máximo, mudar o foco da reclamação. A responsabilidade de a mensagem ser retida é inteiramente do apresentador, seja professor ou CEO, e não de uma ferramenta mal utilizada.
Eduardo Adas, sócio-fundador e gestor da SOAP, alerta que abolir os slides é abrir mão da linguagem visual, um elemento fundamental em uma boa apresentação. Sem os recursos visuais, pode ser muito mais difícil prender a atenção do público. Apresentações com um bom design tendem a ser mais didáticas, a encantar e a conquistar a confiança da audiência. O estímulo visual reforça o que está sendo dito e chama a atenção durante um curto espaço de tempo – o suficiente para entregar uma mensagem, mas não para dispersar a audiência.
Como sempre reforçamos aqui na SOAP, PowerPoint não é documento. Ou seja, não é necessário que todo o conteúdo do discurso apareça na tela. O que deve entrar são as palavras-chave que vão conduzir o apresentador – e garantir que ele não esqueça de abordar os principais tópicos.
Vale destacar também que o design tem de estar bem trabalhado, e isso não quer dizer fazer ilustrações mirabolantes e animações incríveis. Basta ter o mínimo cuidado de não colocar um punhado de texto em um só slide, não utilizar fontes e cores destoantes entre si e fotos que não combinam com o discurso do apresentador. Usado da maneira certa, o ppt torna-se o maior aliado da sua apresentação e não um vilão.
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