Acessibilidade em eventos: como promover uma maior inclusão? 

Conheça as boas práticas de acessibilidade física, comunicacional e digital para tornar seus eventos corporativos mais inclusivos e acolhedores

19/12/2025
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acessibilidade em eventos, além de ser uma questão de conformidade legal e responsabilidade social, amplia o alcance, fortalece a imagem da marca e demonstra compromisso genuíno com a diversidade.  

Segundo dados do IBGE, cerca de 18,6 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, o que representa aproximadamente 8,9% da população. Ignorar esse público significa deixar de lado um contingente significativo de potenciais participantes, clientes e parceiros. 

Tornar um evento acessível significa garantir que todas as pessoas possam participar plenamente da experiência, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais ou cognitivas. E isso começa muito antes do dia do evento: está no planejamento, nas escolhas de fornecedores, na capacitação da equipe e na comunicação com o público. 

O que é acessibilidade em eventos? 

Acessibilidade em eventos corporativos vai muito além de instalar uma rampa na entrada ou reservar vagas no estacionamento. Trata-se de um conceito amplo que abrange três dimensões fundamentais: acessibilidade física, comunicacional e digital. 

Acessibilidade física 

A acessibilidade física diz respeito à estrutura do espaço: rampas, elevadores, banheiros adaptados, sinalização tátil, corredores com largura adequada para cadeiras de rodas e áreas de circulação livres de obstáculos.  

É garantir que pessoas com mobilidade reduzida, cadeirantes, pessoas com deficiência visual e idosos possam se deslocar com autonomia e segurança. 

Acessibilidade comunicacional 

A acessibilidade comunicacional envolve disponibilizar intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para pessoas surdas, legendas em tempo real durante palestras, audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão, e materiais de divulgação que contemplem diferentes formatos e canais de comunicação.  

É permitir que a mensagem do seu evento chegue a todos, sem barreiras. 

Acessibilidade digital 

Por fim, a acessibilidade digital refere-se aos ambientes online: sites de inscrição, plataformas de transmissão, aplicativos do evento e redes sociais.  

Esses canais precisam estar preparados para leitores de tela, oferecer contraste adequado de cores, possibilitar navegação por teclado e disponibilizar conteúdo em formatos acessíveis como áudio e vídeo com legendas. 

Por que investir em acessibilidade nos eventos corporativos? 

Além do aspecto ético e legal, a acessibilidade em eventos traz benefícios concretos para as empresas. Eventos acessíveis ampliam o público potencial, melhoram a experiência de todos os participantes e fortalecem o posicionamento da marca no mercado. 

Segundo a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), a pessoa com deficiência tem direito ao acesso à informação e comunicação, incluindo sistemas e tecnologias da informação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público. 

Empresas que promovem eventos sem considerar a acessibilidade podem estar sujeitas a sanções e ainda perdem a oportunidade de se conectar com uma parcela significativa do mercado. 

Atividades para aumentar o engajamento em grandes eventos
Eventos acessíveis fortalecem o posicionamento da marca no mercado

Além disso, pensar em acessibilidade é pensar em todos. Legendas em palestras ajudam não apenas pessoas surdas, mas também estrangeiros e pessoas que estão em ambientes barulhentos. Rampas beneficiam não só cadeirantes, mas também pessoas com carrinhos de bebê, malas ou dificuldades temporárias de locomoção. A acessibilidade universal melhora a experiência para todos os participantes. 

Acessibilidade física: estrutura e espaço 

O primeiro passo para promover acessibilidade em eventos é escolher um local adequado e adaptado. Antes de fechar qualquer contrato, faça uma visita técnica ao espaço e avalie critérios básicos de infraestrutura. 

  • Vagas reservadas:  o estacionamento deve contar com vagas reservadas para pessoas com deficiência, localizadas próximas à entrada principal. A NBR 9050, norma técnica da ABNT que trata de acessibilidade, determina que essas vagas devem representar 2% do total, com no mínimo uma vaga adaptada. 
  • Entradas e saídas: precisam ser acessíveis, com rampas que atendam às especificações técnicas de inclinação e corrimãos dos dois lados. Caso o evento ocorra em andares superiores, é preciso que haja elevadores com dimensões adequadas para cadeiras de rodas e sinalização em braille. 
  • Corredores e áreas de circulação: devem ter largura mínima de 1,20 metro para permitir o giro e passagem de cadeiras de rodas. Evite decorações que obstruam a passagem ou criem obstáculos inesperados. O piso tátil direcional e de alerta deve estar presente para orientar pessoas com deficiência visual. 
  • Banheiros adaptados: são obrigatórios e devem contar com barras de apoio, espaço para manobra de cadeira de rodas e torneiras e secadores em altura acessível.  

Lembre-se também de garantir que o espaço seja adequado para receber cães-guia, que são ferramentas de trabalho essenciais para muitas pessoas com deficiência visual. 

Acessibilidade comunicacional: informação para todos 

A acessibilidade comunicacional garante que a mensagem central do evento, as palestras, os painéis e toda a programação sejam compreendidos por todos. 

  • Intérpretes de Libras: são essenciais para eventos que recebem pessoas surdas. Devem estar posicionados em locais visíveis, preferencialmente com iluminação adequada e fundo neutro para facilitar a visualização dos sinais. Em eventos híbridos ou online, os intérpretes precisam aparecer em destaque na transmissão. 
  • Legendas em tempo real (ou closed caption): beneficiam pessoas com deficiência auditiva, mas também ajudam quem tem dificuldade com sotaques ou ruídos no ambiente. Tecnologias de reconhecimento de voz já permitem legendagem automática com boa precisão, mas é recomendável contar com profissionais para garantir a qualidade. 
  • Audiodescrição: fundamental para pessoas cegas ou com baixa visão. Consiste na narração de elementos visuais importantes que não estão no áudio original, como apresentações de slides, vídeos institucionais, performances artísticas e até a descrição do ambiente. Esse recurso pode ser oferecido por fone de ouvido individual ou integrado à transmissão. 
  • Materiais impressos, como programação, mapas do evento e folders institucionais: devem estar disponíveis também em formatos acessíveis: braille, áudio e digital compatível com leitores de tela. A sinalização do evento deve utilizar fontes legíveis, contraste adequado e símbolos universais de acessibilidade. 

Acessibilidade digital: antes, durante e depois do evento 

A jornada do participante começa muito antes do dia do evento, e a acessibilidade digital é fundamental em todas as etapas.  

  • Site de inscrição: precisa ser desenvolvido seguindo as diretrizes WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), que incluem navegação por teclado, compatibilidade com leitores de tela, descrição de imagens e campos de formulário claramente identificados. 
  • Descrição de imagens: durante a divulgação nas redes sociais, utilize sempre descrições de imagens (alt text) e evite transmitir informações importantes apenas por meio visual. Ao usar hashtags como #PraTodosVerem, você demonstra compromisso com a inclusão e amplia o alcance da sua comunicação. 
  • Eventos híbridos ou on-line: as plataformas de transmissão devem oferecer recursos como legendas, janela de intérprete de Libras, controle de velocidade de reprodução e possibilidade de ampliação de tela. O chat e as ferramentas de interação também precisam ser acessíveis. 
  • Após o evento: disponibilize os materiais em formatos acessíveis: gravações com legendas e audiodescrição, apresentações em PDF acessível, transcrições de palestras. Isso amplia o valor entregue e permite que pessoas que não puderam participar ao vivo tenham acesso ao conteúdo. 

Capacitação da equipe e cultura organizacional 

Tecnologia e infraestrutura são fundamentais, mas a atitude da equipe faz toda a diferença. É essencial capacitar todos os envolvidos na organização e execução do evento sobre boas práticas de acessibilidade e atendimento a pessoas com deficiência. 

A equipe de recepção, por exemplo, precisa saber como se comunicar adequadamente com pessoas surdas, oferecer ajuda sem ser invasiva, guiar pessoas cegas de forma correta e tratar todos com naturalidade e respeito. Evite expressões capacitistas ou que reforcem estereótipos. 

Treinamentos sobre acessibilidade devem ser incorporados à cultura organizacional da empresa, não apenas para eventos pontuais. Quanto mais natural for a inclusão no dia a dia, mais preparada estará a equipe para receber todos os públicos. 

Considere também incluir pessoas com deficiência na equipe de organização do evento. Essa perspectiva interna é valiosa para identificar barreiras que podem passar despercebidas e propor soluções mais efetivas. 

Da teoria à prática: implementando a inclusão 

Transformar essas diretrizes em realidade exige planejamento, investimento e comprometimento genuíno. Comece incluindo a acessibilidade desde a concepção do evento, não como um item adicional, mas como parte integrante da estratégia. 

  • Antecipe espaço no orçamento: reserve recursos específicos para acessibilidade como contratação de intérpretes, audiodescrição, adequação do espaço, produção de materiais em formatos acessíveis. Esses investimentos não são custos, mas sim agregação de valor ao evento. 
  • Previna necessidades: colete informações sobre as necessidades dos participantes já no momento da inscrição. Pergunte de forma respeitosa se há alguma necessidade específica de acessibilidade que o evento possa atender. Isso permite preparação adequada e demonstra preocupação genuína com a experiência de todos. 
  • Contrate consultorias: estabeleça parcerias com organizações e consultorias especializadas em acessibilidade. O olhar técnico e a experiência desses profissionais podem evitar erros comuns e garantir que as soluções implementadas sejam realmente efetivas. 

O compromisso com a inclusão é contínuo 

Promover acessibilidade em eventos corporativos é um compromisso que vai além de cumprir obrigações legais. É reconhecer a diversidade como valor, ampliar oportunidades de conexão e garantir que todas as pessoas tenham acesso às experiências, conhecimentos e relacionamentos que os eventos de sucesso proporcionam. 

Cada evento é uma oportunidade de aprender, ajustar e evoluir. Peça feedback dos participantes sobre a acessibilidade oferecida, identifique pontos de melhoria e implemente mudanças nos próximos eventos. A inclusão é um processo de construção contínua. 

Quer criar eventos corporativos que realmente conectem todas as pessoas? As soluções da SOAP incluem estratégias de comunicação e storytelling que tornam seus eventos mais inclusivos, envolventes e memoráveis.  

Uma das soluções é o SOAP Elo, que cria uma narrativa integrada, um storytelling que conecta as apresentações e orienta a escolha dos palestrantes, funcionando como o fio condutor de todo o evento. 

Já o SOAP Experiência é voltado para o desenvolvimento de experiências e ativações que reforçam a mensagem central e tornam o conteúdo mais marcante e envolvente para o público. 

Além disso, a SOAP oferece orientações personalizadas para palestrantes, abordando desde o uso de recursos de palco. como microfone e passador de slides, até técnicas de movimentação e interação com grandes plateias. 

Entre em contato e descubra como podemos transformar seu próximo evento em uma experiência acessível para todos. 



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