Eleita como um dos melhores TED Talks de 2018 pela revista Inc.
Eleita como um dos melhores TED Talks de 2018 pela revista Inc., a palestra do psicólogo Steven Pinker – que também é um dos autores favoritos do magnata Bill Gates – explica por que temos a sensação de que “antigamente o mundo era melhor” ou de que “hoje o mundo está perdido”. Para Pinker, a grande culpada pela difusão desse pensamento é a mídia, que está sempre veiculando tragédias e notícias negativas e omitindo as conquistas e os progressos da humanidade ao longo dos anos.
A despeito do assunto (muito interessante, por sinal), nos debruçamos aqui na SOAP a analisar a performance do professor Pinker. Neste blogpost, vamos apontar onde ele acertou e onde poderia ter ido melhor na sua apresentação:
Assim como explicamos no post “Que história é essa de storytelling?”, um bom roteiro conta com uma estrutura bem definida – ou seja, um começo instigante, um meio esclarecedor e um final impactante.
Logo no início, a audiência deve ser apresentada a um tema, que é desenvolvido conforme a apresentação avança e, no final, deve ser trazida uma reflexão que mostra como a vida daquelas pessoas pode melhorar se considerarem tudo o que foi dito pelo apresentador. Ou seja, é feito um convite indireto para que o público aja de acordo com o objetivo da sua apresentação.
No script do professor, ele introduziu o raciocínio central da palestra ao traçar um paralelo entre o mundo que conhecemos por meio das notícias (onde tudo está dando errado) e o mundo concreto. Ele mostra as manchetes de jornais falando de tragédias e em seguida compara números de hoje em dia com os de 30 anos atrás, mostrando que a humanidade e o planeta estão em constante evolução.
Próximo ao final, o palestrante retoma esse ponto para explicar por que os noticiários tratam os fatos de maneira diferente da mostrada pelos dados e exemplifica: “As notícias são sobre fatos reais, não sobre coisas que não acontecem. Nunca vemos um jornalista dizer que está transmitindo de um país que está em paz há 40 anos”. Dessa forma, ele prende a atenção do público para seu discurso durante toda a apresentação e, no momento da conclusão, gera na audiência uma sensação de “ahhh, agora eu entendi”.
Mostrar números é um desafio para muitos apresentadores, ainda mais quando é um conteúdo denso e mais difícil de cativar a audiência. Por mais criativos que sejam os gráficos e ilustrações, muitas vezes, o poder visual não consegue sozinho seduzir a audiência.
No post “Como gerar impacto emocional em apresentações com números”, damos algumas dicas de como engajar a plateia em apresentações com dados – algo que Pinker conseguiu fazer muito bem, por sinal. Ele conseguiu prender a atenção da audiência para os números por meio da expectativa – gerada tanto pela narrativa, quanto pelas animações nos slides. Na hora de fazer comparações, Pinker gerava um suspense ao só revelar os dados dos dias atuais na tela após ter feito reflexões e explicado os dados.
Não há como negar que o “elefante na sala”, no caso desta apresentação, é a mesinha com o notebook sobre o palco. As espiadas de “rabo de olho” do apresentador quebram constantemente a conexão emocional com os interlocutores – além de passar a impressão de que ele está recitando o texto, no “modo robô”. É como quando conversamos com alguém e a pessoa fica o tempo todo no celular respondendo ao WhatsApp. “Que saco!”.
Não tem jeito, a melhor maneira para evitar ficar refém dos lembretes e notas é o treino. Passar e repassar a apresentação traz a confiança necessária para que na hora H não dê um branco. Agora, caso você queira manter a colinha só para se sentir mais seguro, lembre-se de deixá-la de lado na maior parte do tempo para investir melhor no bom e velho contato visual! Faltou isso para que a apresentação de Steven Pinker estivesse no estado da arte.
Seguindo nossas dicas sobre o que fazer (e o que não fazer) nas suas próximas apresentações, de acordo com uma das melhores palestras do TED Talks 2018, você tende a dar um show nas suas próximas reuniões.
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