Você tem dificuldade em prender a atenção do público? Então veja dicas do roteirista da SOAP, Gustavo Penna, para criar apresentações imperdíveis do início ao fim
O primeiro passo para prender a atenção do público é entender que isso não é o mais importante, nem o mais difícil. O mais desafiador, seja em uma apresentação, treinamento ou qualquer outra situação, é manter o interesse ao longo do discurso.
É isso que a maioria das pessoas quer aprender de verdade quando procuram sobre reter atenção ou chamar atenção. Quem nos ensina sobre isso é Gustavo Penna, roteirista da SOAP:
“Chamar atenção das pessoas é, na verdade, fácil. Basta gritar ou chorar ou bater palma na frente de alguém, na mesma hora a pessoa vai olhar. O mais difícil é reter essa atenção, mantê-la.”
Além disso, o especialista destaca que “prender a atenção” é uma ideia talvez muito radical e determinista. Afinal, não se pode obrigar o outro a ter interesse naquilo que você está dizendo.
Por isso, não se prende a atenção, se influencia. Ou seja, não se trata de aprender como obrigar os outros a te escutarem, mas entender como fazer com que eles queiram escutar o que você tem a dizer.
“As pessoas prestam atenção naquilo que elas quiserem ou forem compelidas a prestar atenção”, diz Gustavo.
Aqui entra um dos principais segredos para qualquer orador que deseja ter a atenção de sua audiência: aprender a psicologia por trás do processo, entender como gerar interesse no outro a partir de suas emoções.
Agora que já desconstruímos a ideia que você tinha sobre “prender a atenção” dos outros, estamos prontos para verdadeiramente entender como fisgar sua audiência.
Ninguém fala sem a pretensão de ser compreendido e de ter a sua ideia comprada. Por isso, embora a audiência também vá ser beneficiada ao prestar atenção em um treinamento corporativo, por exemplo, está com o apresentador a principal responsabilidade de reter a atenção.
“É como entrar em um jogo de futebol. Você não entra em campo sem a intenção de ganhar. Então jogue”, reflete Gustavo Penna.
Da mesma forma, ninguém inicia uma apresentação ou treinamento profissional sem a intenção de ser compreendido.
Dito isso, é importante saber que existem várias formas e recursos que podem funcionar com o objetivo de manter o interesse das pessoas no que você está dizendo. Mas uma das coisas mais importantes é a estrutura do discurso, o roteiro.
Embora receba vários nomes e versões, a estrutura de 3 atos ou estrutura aristotélica é a mais utilizada e uma das mais recomendadas.
Trata-se de um conceito de narrativa que remonta à Grécia Antiga, formulado pelo filósofo Aristóteles. Essa estrutura é frequentemente utilizada na dramaturgia, no cinema e na literatura para criar histórias cativantes e bem-organizadas, mas também pode ser aplicada ao meio corporativo.
Os três atos da estrutura aristotélica são os seguintes:
Ato I – Apresentação: Também conhecido como “exposição” ou “apresentação”, estabelece o cenário e a situação inicial da história. Ele apresenta o contexto, o conflito principal e os elementos essenciais que serão desenvolvidos ao longo da narrativa.
Ato II – Confronto: é também conhecido como “conflito” ou “desenvolvimento”. Nessa parte da história ou discurso, o conflito central se intensifica e são apresentados os desafios, obstáculos e reviravoltas.
Ato III – Resolução: também chamado de “clímax” ou “resolução”, é o momento em que o conflito principal atinge seu ponto mais alto. Nessa fase, os desafios são resolvidos, os dilemas são enfrentados e as questões levantadas ao longo da história são respondidas.
Ok, mas como aplicar isso a um contexto profissional? É o que Gustavo Penna explica!
Aplicar a estrutura de três atos a um contexto profissional, como apresentações ou treinamentos corporativos, pode ser uma maneira eficaz de envolver o público-alvo e prender a sua atenção ao longo do discurso.
Mas como na vida real não há personagens e as histórias não se desenvolvem como na dramaturgia, é necessário entender como adaptar essa estrutura. É mais fácil do que parece e o assunto é extenso, mas Gustavo nos ajuda a começar a compreendê-lo.
Primeiro de tudo, o especialista salienta que a estrutura de atos se baseia em fundamentos da psicologia com o objetivo de alcançar uma reação desejada da audiência. Não se trata de uma regra criada do nada.
“Não é só porque o Aristóteles mandou. Estamos falando de psicologia humana.”
Dito isso, o objetivo de estruturar seu discurso é mover a pessoa do estado de atenção para o interesse, então mover do interesse para a confiança e da confiança para a ação. Penna explica na prática:
Para chamar a atenção do público desde o início da sua apresentação, precisa destacar o que é relevante para ele.
Lembra que atenção é fácil de conseguir, o difícil é reter atenção, fazer com que a pessoa permaneça atenta? Pois um jeito de fazer isso é induzir a pessoa a sair do nível da atenção e chegar ao nível do interesse.
“E como fazemos isso? No ato 1, dizendo para a nossa audiência: tem alguma coisa que você vai ganhar comigo”, explica Gustavo Penna.
Em outras palavras, é necessário estabelecer claramente o benefício que o público terá ao prestar atenção à sua mensagem. Mostre que você tem algo valioso para oferecer ou que há algo que eles podem perder caso não prestem atenção.
Essa abordagem inicialmente desperta o interesse do público.
“O ato II é sobre provar para a pessoa que você não está louco. Porque quando dizemos para a pessoa que temos algo que importa para ela, na verdade a deixamos desconfiada de nós”, diz Gustavo.
Portanto, enquanto a introdução (ato I) vai deixar o público desconfiado, no ato II é hora de tirar a pessoa do estado de simples interesse e levá-la a acreditar no que se propõe, à confiança.
No ato II, é importante construir confiança e credibilidade, provar que suas ideias são sólidas e confiáveis. Forneça dados, exemplos, estudos de caso ou depoimentos que sustentem suas afirmações.
Mostre ao público que você tem conhecimento e autoridade sobre o assunto. Isso ajudará a aumentar a confiança do público em relação a você e à sua mensagem.
O ato III é sobre levar o público a tomar medidas concretas com base na sua apresentação ou treinamento. Ou seja, tirar a pessoa do estágio da confiança e levá-la para a ação. Como? Encaminhando para uma ação prática.
“Agora que você já viu que meu plano te interessa e que ele se sustenta, te mostro como fazer isso funcionar.”
Mostre à sua audiência o passo a passo para implementar as estratégias ou as ações necessárias para obter os resultados desejados.
Além da estrutura de atos, o especialista Gustavo Penna sugere três truques de oratória que podem ser poderosas ferramentas para reter a atenção do público e aumentar o impacto da sua mensagem.
“A palavra favorita que a gente gosta de ouvir é o nosso nome e a segunda é ‘você’, porque nos sentimos vistos”, explica Gustavo.
Ao se dirigir diretamente ao público, você cria uma conexão pessoal e estabelece uma sensação de proximidade. Isso faz com que as pessoas se sintam notadas, aumentando o engajamento e o potencial de identificação com a mensagem.
Pausas, além de serem necessárias para um discurso mais claro e ritmado, quando usadas de forma estratégica criam expectativa e ênfase durante a fala.
Uma pausa dramática bem colocada antes de revelar uma informação importante ou uma ideia impactante pode gerar suspense e manter o interesse do público.
As pausas também permitem que as pessoas assimilem e processem o que foi dito, criando momentos de reflexão. Elas podem ser particularmente eficazes quando usadas em momentos-chave da apresentação, destacando postos-chave ou chamando a atenção para uma mudança de direção.
Ou, como diz Gustavo, nunca diga “quatro”, diga sempre “dois mais dois”. Ao invés de fornecer respostas diretas e prontas, provocar reflexões no público pode ser mais envolvente e estimulante.
Ao apresentar perguntas desafiadoras, dilemas ou exemplos intrigantes, você estimula o pensamento crítico e mantém o público engajado. Isso permite que as pessoas processem a informação de forma mais profunda, conectem-se emocionalmente com a mensagem e construam entendimento.
“Nosso cérebro ama resolver problemas. Então quando você leva a pessoa a concluir coisas, você a leva a fazer parte daquela contação de história, ainda que ela esteja quieta, faz o cérebro dela ficar continuamente conectado.”
Portanto, ao invés de simplesmente entregar informações de forma passiva, incentiva a participação ativa e a reflexão individual do público.
Para ser um apresentador irresistível e prender atenção do público, é necessário dominar as técnicas de comunicação e oratória. Isso, junto com bons roteiros, é o que faz engajar as pessoas por meio de suas emoções.
O treinamento SOAP Apresentador pode ser a solução para quem busca esse objetivo. Mais do que um workshop de oratória, ele permite desenvolver autoconhecimento, consciência verbal e não verbal, além de trabalhar com técnicas para diminuir o gap de percepção entre a imagem que você gostaria de transmitir e o que o outro vê.
Nesse treinamento, você e sua equipe vão aprender a:
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