Os 100 melhores filmes do século 21 e o que eles têm em comum

Parasita, Cidade dos Sonhos e Sangue Negro lideram a lista

Treinamento SOAP
30/09/2025
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O New York Times publicou uma lista com os 100 melhores filmes do século 21. Mais de 500 diretores, atores e especialistas do mundo todo foram convidados a votar. 

Muito mais do que um ranking, essa seleção nos convida a refletir: o que torna um filme marcante neste século? Quais padrões se repetem entre os escolhidos? E, tão importante quanto isso, quem ficou de fora e por quê? 

Neste artigo, vamos explorar os destaques da lista, analisar os pontos em comum entre os filmes eleitos e levantar questionamentos relevantes sobre diversidade, representatividade e o papel do cinema como espelho da nossa era. 

Veja a lista completa com os melhores filmes do século 21, segundo o NYT 

  1. Parasita (2019), de Bong Joon-ho 
  2. Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch 
  3. Sangue Negro (2007), de Paul Thomas Anderson 
  4. Amor à Flor da Pele (2000), de Wong Kar-Wai 
  5. Moonlight (2016), de Barry Jenkins 
  6. Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), de Ethan Coen e Joel Coen 
  7. Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004), de Michel Gondry 
  8. Corra! (2017), de Jordan Peele 
  9. A Viagem de Chihiro (2001), de Hayao Miyazaki 
  10. A Rede Social (2010), de David Fincher 
  11. Mad Max: Estrada da Fúria (2015), de George Miller 
  12. Zona de Interesse (2023), de Jonathan Glazer 
  13. Filhos da Esperança (2006), de Alfonso Cuarón 
  14. Bastardos Inglórios (2009), de Quentin Tarantino 
  15. Cidade de Deus (2003), de Fernando Meirelles e Kátia Lund 
  16. O Tigre e o Dragão (2000), de Ang Lee 
  17. O Segredo de Brokeback Mountain (2005), de Ang Lee 
  18. E Sua Mãe Também (2001), de Alfonso Cuarón 
  19. Zodíaco (2007), de David Fincher 
  20. O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese 
  21. Os Excêntricos Tenenbaums (2001), de Wes Anderson 
  22. O Grande Hotel Budapeste (2014), de Wes Anderson 
  23. Boyhood (2014), de Richard Linklater 
  24. Ela (2013), de Spike Jonze 
  25. Trama Fantasma (2017), de Paul Thomas Anderson 
  26. Anatomia de uma Queda (2023), Justine Triet 
  27. Adaptação (2002), de Spike Jonze 
  28. Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), de Christopher Nolan 
  29. A Chegada (2016), de Denis Villeneuve 
  30. Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola 
  31. Os Infiltrados (2006), de Martin Scorsese 
  32. Missão Madrinha de Casamento (2011), de Paul Feig 
  33. A Separação (2011), de Asghar Farhadi 
  34. Wall-e (2008), de Andrew Stanton 
  35. O Profeta (2010), de Jacques Audiard 
  36. Um Homem Sério (2009), de Ethan Coen e Joel Coen 
  37. Me Chame Pelo Seu Nome (2017), de Luca Guadagnino 
  38. Retrato de uma Jovem em Chamas (2019), de Céline Sciamma 
  39. Lady Bird (2017), de Greta Gerwig 
  40. Yi Yi (2000), de Edward Yang 
  41. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), de Jean-Pierre Jeunet 
  42. O Mestre (2012), de Paul Thomas Anderson 
  43. Oldboy (2005), de Park Chan-Wook 
  44. Era uma vez em… Hollywood (2019), de Quentin Tarantino 
  45. O Homem Que Mudou o Jogo (2011), de Bennett Miller 
  46. Roma (2018), Alfonso Cuarón 
  47. Quase Famosos (2000), de Cameron Crowe 
  48. A Vida dos Outros (2007), de Florian Henckel Von Donnersmarck 
  49. Antes do Pôr-do-Sol (2004), de Richard Linklater 
  50. Up: Altas Aventuras (50), de Pete Docter 
  51. 12 Anos de Escravidão (2013), de Steve McQueen 
  52. A Favorita (2018), de Yorgos Lanthimos 
  53. Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (2006), de Larry Charles 
  54. O Labirinto do Fauno (2006), de Guillermo del Toro 
  55. A Origem (2010), de Christopher Nolan 
  56. Embriagado de Amor (2002), de Paul Thomas Anderson 
  57. O Melhor do Show (2000), de Christopher Guest 
  58. Joias Brutas (2019), de Benny Safdie e Josh Safdie 
  59. Toni Erdmann (2016), de Maren Ade 
  60. Whiplash (2014), de Damien Chazelle 
  61. Kill Bill: Vol. 1 (2003), de Quentin Tarantino 
  62. Amnésia (2001), de Christopher Nolan 
  63. Pequena Miss Sunshine (2006), de Jonathan Dayton e Valerie Faris 
  64. Garota Exemplar (2014), de David Fincher 
  65. Oppenheimer (2023), de Christopher Nolan 
  66. Spotlight (2015), de Tom McCarthy 
  67. Tár (2022), de Todd Field 
  68. Guerra ao Terror (2008), de Kathryn Bigelow 
  69. Sob a Pele (2013), de Jonathan Glazer 
  70. Deixa Ela Entrar (2008), de Tomas Alfredson 
  71. Onze Homens e Um Segredo (2001), de Steven Soderbergh 
  72. Carol (2015), de Todd Haynes 
  73. Ratatouille (2007), de Brad Bird 
  74. Projeto Flórida (2017), de Sean Baker 
  75. Amor (2012), de Michael Haneke 
  76. E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000), de Ethan Coen e Joel Coen 
  77. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022), de Daniel Kwan e Daniel Scheinert 
  78. Aftersun (2022), de Charlotte Wells 
  79. A Árvore da Vida (2011), de Terrence Malick 
  80. Volver (2006), de Pedro Almodóvar 
  81. Cisne Negro (2010), de Darren Aronofsky 
  82. O Ato de Matar (2012), de Joshua Oppenheimer 
  83. Inside Llewyn Davis: Balada de Um Homem Comum (2013), de Ethan Coen e Joel Coen 
  84. Melancolia (2011), de Lars von Trier 
  85. O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (2004), de Adam McKay 
  86. Vidas Passadas (2023), de Celine Song 
  87. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001), de Peter Jackson 
  88. Os Catadores e Eu (2000), de Agnès Varda 
  89. Interstelar (2014), de Christopher Nolan 
  90. Frances Ha (2013), de Noah Baumbach 
  91. Aquário (2009), de Andrea Arnold 
  92. Gladiador (2000), de Ridley Scott 
  93. Conduta de Risco (2007), de Tony Gilroy 
  94. Minority Report – A Nova Lei (2002), de Steven Spielberg 
  95. A Pior Pessoa do Mundo (2021), de Joachim Trier 
  96. Pantera Negra (2018), de Ryan Coogler 
  97. Gravidade (2013), de Alfonso Cuarón 
  98. O Homem Urso (2005), de Werner Herzog 
  99. Memórias de um Assassino (2003), de Bong Joon-ho 

O que os grandes filmes do século 21 têm em comum? 

Uma das primeiras semelhanças que salta aos olhos é a ousadia. Apesar das diferenças de estilo e origem, esses filmes compartilham uma recusa à simplicidade narrativa. Muitos fogem da linearidade, apostam em múltiplos pontos de vista ou constroem camadas de interpretação. 

Outro ponto comum: todos abordam questões contemporâneas de forma simbólica, provocadora ou emocionalmente crua. Não são filmes apenas para entreter, eles são feitos para deixar marca. 

Essa complexidade parece ser uma marca do século 21: filmes que exigem atenção, que se desdobram em múltiplos significados e que frequentemente se recusam a dar respostas fáceis. 

Leia também: 10 filmes com histórias brasileiras, além de Ainda Estou Aqui 

Grupo de pessoas sorrindo e se divertindo em uma sessão de cinema, segurando pipoca e refrigerantes, destacando a alegria do momento.
O público do século 21 quer ver personagens que espelham suas próprias contradições e fragilidades

A ascensão do protagonista humano nos filmes  

Além da narrativa, outro ponto em comum dos filmes selecionados pelo jornal é que eles revelam protagonistas imperfeitos, humanos, muitas vezes à beira do colapso emocional — uma tendência que se consolidou nas últimas duas décadas. 

São personagens ambíguos, vulneráveis ou moralmente questionáveis. Seja o solitário em crise de Ela, a bailarina obcecada por perfeição em Cisne Negro ou o pai em ruínas de O Quarto do Filho, o que se vê é uma humanização profunda dos protagonistas. 

Essa tendência acompanha um movimento mais amplo na cultura contemporânea: o desconforto com heróis perfeitos e a valorização da complexidade emocional. O público do século 21 quer ver personagens que espelham suas próprias contradições e fragilidades. E o cinema tem respondido à altura. 

Menos de 15% dos filmes listados pelo NY Times têm uma mulher na direção  

Apesar da excelência de muitos filmes selecionados, chama a atenção a escassa presença de diretoras mulheres na lista do New York Times. Apenas 12 dos 100 filmes são assinados por mulheres. Isso mesmo: menos de 15% da lista traz uma mulher na direção. 

Nomes como Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) e Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas) aparecem, mas continuam sendo exceções em um panorama dominado por homens. 

O dado, por si só, já é preocupante. Mas o problema se aprofunda quando observamos que nenhuma dessas mulheres figura entre os dez primeiros colocados.   

Essa baixa proporção expõe um viés estrutural. Grandes orçamentos, visibilidade crítica e prestígio continuam concentrados em diretores homens. E o resultado é claro: histórias vividas por mulheres seguem sendo narradas majoritariamente por outras vozes. 

A diversidade de gênero, geográfica, racial e cultural não é apenas uma questão de representatividade ética. Ela é importante para expandir o repertório narrativo, provocar novas formas de contar histórias e revelar visões de mundo distintas. Expandir quem narra é expandir o que é narrado. 

O cinema como espelho do nosso tempo 

Se há algo que une grande parte dos filmes escolhidos é o fato de que eles refletem inquietações contemporâneas. O século 21 começou com atentados, crises econômicas, hiperconexão, colapsos ambientais e, mais recentemente, uma pandemia global. E o cinema não passou ileso a tudo isso. 

Temas como isolamento, pertencimento, ansiedade, desigualdade e disfunção familiar perpassam as obras da lista. Mas isso não acontece de forma direta ou panfletária. Muitas vezes, os filmes abordam esses temas com sensibilidade simbólica, explorando metáforas e situações-limite que ativam emoções profundas. 

Essa característica mostra por que o cinema continua sendo uma das formas mais poderosas de storytelling.  

O que podemos aprender com essa lista? 

A lista do NY Times é um retrato parcial, mas valioso. Ela mostra como o cinema do século 21 rompe com fórmulas prontas e arrisca novas estruturas, coloca emoção no centro da narrativa e traduz angústias contemporâneas com sensibilidade. 

Para quem trabalha com comunicação, criatividade e storytelling, ela é um mapa. Mostra que histórias marcantes: 

  • Tocam as dores e alegrias de quem assiste; 
  • Fazem escolhas conscientes de linguagem, tom e ritmo; 
  • Revelam a alma do tempo em que são contadas. 

São essas mesmas ideias que guiam o storytelling no mundo dos negócios: clareza, conexão emocional e autenticidade. 

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Com esse treinamento, você e seu time vão aprender sobre: 

  • Histórico do storytelling no mundo e sua importância para a vida social; 
  • Aplicabilidade e UX no universo das histórias; 
  • Panorama: do objetivo à moral da história; 
  • Como conquistar a audiência pelas emoções, com base na neurociência; 
  • Métodos diferentes = objetivos e audiências diferentes: Atos, Jornada do Herói, Jornada da Heroína e Kishotenketsu; 
  • Semiótica das histórias: aprofundamento nas diferenças e no impacto que cada canal de comunicação tem sobre a mensagem; 
  • Estruturação de narrativa em diversos contextos de trabalho. 

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