Como melhorar a dicção e a oratória?

Esses dois elementos compõem um dos aspectos mais importantes de uma apresentação: expressividade vocal

Treinamento SOAP
19/04/2024
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Dicção e oratória são conceitos relacionados à comunicação verbal, mas se referem a aspectos diferentes da fala. 

A dicção é a capacidade de pronunciar palavras. Envolve a articulação dos sons, de modo que eles sejam pronunciados de forma correta e compreensível.  

A oratória, por outro lado, é a técnica de falar em público de maneira eficaz e persuasiva. Ela abrange uma gama mais ampla de habilidades para além da boa dicção, como a capacidade de estruturar e apresentar ideias de forma lógica e comunicação não verbal, por exemplo.   

“A oratória tem muitos recursos, tanto vocais quanto não vocais, incluindo gestos, expressão facial, conexão visual e empatia”, explica Carol Martins, a expert em oratória da SOAP. “Já a dicção é um dos elementos que compõem a oratória e é um subelemento do desempenho vocal.” 

Por isso, no fim das contas, melhorar a dicção e a oratória é sobre melhorar o desempenho vocal como um todo.  

Como melhorar a dicção e a oratória? 

São raros os casos em que uma pessoa tem realmente um problema (sério) de dicção, salienta Carol. Ou seja, uma condição de saúde que atrapalhe a sua capacidade de articular as palavras corretamente. 

Mas isso também acontece. Essas condições podem existir tanto por causa de questões fisiológicas quanto emocionais, como é o caso da glossofobia, por exemplo, ou até mesmo da gagueira.  

É importante destacar que, nesses casos, não será apenas uma lista de dicas que o ajudará. 

“Nesses casos, o necessário é procurar um fonoaudiólogo para fazer exercícios específicos, especialmente se a dicção for muito ruim, ao ponto de engolir sílabas e dificultar a compreensão”, ressalta Carol.  

No entanto, muitas vezes a dificuldade em falar está mais ligada à ansiedade de falar em público, não de uma forma crônica. Nesses casos, existem algumas soluções que podem ajudar a melhorar a dicção e a oratória.  

Esse é um processo que envolve prática consciente, feedback e aprimoramento contínuo. Aqui estão cinco dicas para ajudar a desenvolver ambas as habilidades, com exemplos de como aplicá-las: 

Pratique exercícios de dicção 

Exercícios podem ajudar a melhorar a clareza da pronúncia e a articulação das palavras. Isso inclui trabalhar com trava-línguas, repetição de fonemas difíceis e leitura em voz alta. 

No caso dos trava-línguas, tente repetições em diferentes velocidades. Se tiver um fonoaudiologista, peça sugestões de exercícios para você fazer antes de momentos decisivos.  

Mas existem técnicas já bem difundidas que funcionam muito bem, como colocar uma tampinha pequena na frente dos dentes e treinar algumas palavras. 

A clareza na articulação é essencial para uma boa dicção. Por isso é importante praticar a pronúncia correta das palavras, especialmente aquelas em que se costuma ter mais dificuldade.  

Exercícios de aquecimento vocal, como repetir trava-línguas ou ler em voz alta, podem ajudar a melhorar a articulação. Esses exercícios fortalecem os músculos envolvidos na fala e aumentam a clareza na pronúncia. 

Use pausas 

As pausas são ferramentas poderosas na oratória, pois permitem ao público absorver as informações apresentadas, além de destacar pontos importantes do discurso. Fora que pausar é parte de um bom ritmo de respiração. 

Aprender a usar pausas eficazmente pode ser um diferencial, pois dá tempo para que o orador organize seus pensamentos e controle o ritmo da apresentação.   

Não significa que você precisa fazer pausas mecânicas na voz, não se limite a fazê-las a cada intervalo pré determinado de segundos. As pausas estão diretamente relacionadas ao conteúdo e à sua necessidade de respirar.  

Portanto, sinta o seu discurso, faça pausar onde fizer sentido. 

Controle da respiração 

A respiração adequada é fundamental para uma fala constante e para manter a calma durante a apresentação.  

Além das pausas, como já mencionado, exercícios de respiração podem ajudar a controlar a ansiedade e a melhorar a capacidade de projetar a voz sem forçá-la.  

Práticas como a respiração diafragmática são recomendadas, pois proporcionam uma base sólida para uma fala melhor controlada. 

Lembre-se de fazer esses exercícios de respiração antes de iniciar a apresentação. Você também pode repeti-los depois, para colocar os ânimos no lugar novamente. 

Prática constante e feedback 

A prática leva à perfeição. Apresentar-se frequentemente em diferentes contextos e para diferentes públicos pode acelerar o desenvolvimento da dicção e da oratória.  

Você pode pedir feedback de amigos, colegas ou mentores, por exemplo, seja pedindo que eles assistam a uma apresentação teste ou gravando suas práticas.  

Isso lhe dará uma perspectiva externa sobre o que pode ser melhorado. Gravar as próprias apresentações para análise posterior por si mesmo também é uma estratégia. 

Descubra mais no e-book “Como falar bem em público?” 

Entonação e expressividade vocal 

No fim das contas, quando falamos sobre melhorar a dicção e a oratória, tudo se resume na intenção de aprimorar a nossa expressividade vocal. Ou seja, a forma como usamos nossa voz para expressar o que sentimos da melhor maneira possível; 

“A primeira coisa é ter consciência de que a voz, ou expressividade vocal, é um ponto importante na nossa oratória”, diz Carol. “É por meio dela que geramos percepções no nosso público.” 

A especialista destaca que a voz é um ponto muito importante da comunicação, mas para o qual muitas vezes não damos a devida atenção.  

“Sempre pensamos nos gestos, no corpo, se estou lendo o slide ou não, se falo muito rápido. Mas não nos importamos muito com a entonação, e isso é expressividade vocal, e tem um grande impacto, principalmente para conseguir dar a sensação de emoção.” 

É importante ter consciência de como utilizamos nossa voz. E isso pode variar de pessoa para pessoa, de acordo com seu timbre, sua personalidade etc. Entender esse aspecto sobre si mesmo pode ajudar as pessoas a identificar melhor caminhos para melhorar a expressividade vocal. 

“Se sou uma pessoa muito monotônica, por exemplo, posso tender a ter um discurso mais monótono e ninguém vai querer prestar atenção; mas se eu for extremamente expressiva, posso soar cansativa.”  

A variação exagerada de tom e intensidade ao falar também pode ser desgastante. Portanto, o primeiro passo é entender o próprio estilo vocal. 

Outra dica é tentar injetar mais energia ao falar, talvez um pouco além do natural. É fundamental caprichar em variações vocais.  

“Isso significa alterar o tom e a intensidade em diferentes momentos do discurso, ora elevando levemente a voz, ora diminuindo o tom ou a velocidade da fala. Essas variações são essenciais para criar expressividade vocal”, explica Carol. 

Quando se destaca algo relevante, como atingir 120% de uma meta, por exemplo, é melhor utilizar uma voz mais entonada. A ênfase na voz e nas palavras-chave realça as informações mais importantes. 

Por fim, outra sugestão da especialista é usar palavras que qualifiquem a mensagem, especialmente quando há dificuldade em colocar ênfase.  

Por exemplo, ao apresentar um resultado, pode-se dizer que se atingiu um “número incrível”, adicionando o adjetivo para enfatizar a mensagem.  

Melhore sua dicção e oratória com a SOAP 

Falar bem em público é uma arte. E ela envolve não apenas a dicção e a oratória, mas ainda outros elementos fundamentais, como: 

  • Planejamento do discurso 
  • Técnicas de engajamento 
  • Storytelling 
  • Autenticidade 

A SOAP pode ajudar você e seu time a desenvolverem todas essas e mais algumas habilidades no treinamento SOAP Apresentador.  

Neste curso de oratória, também trabalhamos o autoconhecimento para que os participantes desenvolvam consciência verbal e não verbal ao se apresentarem.  

Ficou interessado? Saiba mais aqui! 



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