O que é a leitura corporal e como usar para identificar sinais?

Descubra como a leitura corporal pode melhorar sua comunicação e ajudar a identificar sinais em momentos decisivos

Treinamento SOAP
31/03/2025
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A leitura corporal é a interpretação de gestos, posturas e expressões faciais para compreender emoções e intenções não ditas. O corpo muitas vezes contradiz ou reforça a fala, tornando a comunicação não verbal essencial para entender o que realmente está sendo transmitido. Um aperto de mãos firme pode indicar segurança, enquanto braços cruzados podem sugerir resistência ou desconforto, por exemplo. 

Alguns estudos têm mostrado que essa forma de comunicação pode ter um peso maior do que o conteúdo falado. Foi a partir dessa premissa que surgiram estudos como o do psicólogo Albert Mehrabian, da Universidade da Califórnia (UCLA), que desenvolveu a teoria “7-38-55”.  

De acordo com essa teoria, apenas 7% da mensagem vem das palavras, enquanto 38% são transmitidos pelo tom de voz e 55% pela linguagem corporal.  

Isso significa que gestos e expressões moldam a percepção muito antes do discurso ser processado. E a maneira como o corpo se expressa pode reforçar ou enfraquecer uma mensagem, influenciando a percepção de credibilidade, autoridade e até mesmo de empatia.  

Em contextos profissionais, em que cada detalhe conta, interpretar e controlar a própria linguagem corporal é muito importante para estabelecer conexões. 

Principais sinais da leitura corporal e como interpretá-los 

Você não se tornará um expert em leitura corporal apenas lendo este artigo, é claro. Mas aqui vamos explorar alguns dos sinais mais comuns e como interpretá-los para melhorar sua comunicação no dia a dia.  

Expressões faciais, gestos, postura corporal e contato visual dizem muito sobre intenções e emoções, muitas vezes antes mesmo que palavras sejam ditas.  

Entender esses sinais pode ajudá-lo a ajustar sua abordagem em reuniões, negociações e apresentações, tornando sua mensagem mais clara e convincente. 

Gestos e mãos: confiança, nervosismo e insegurança 

Os gestos são reforços visuais que acompanham a fala e ajudam a tornar a mensagem mais clara. Mãos abertas e voltadas para cima, em geral, indicam transparência e receptividade, enquanto esconder as mãos ou mantê-las nos bolsos pode sugerir falta de confiança ou nervosismo. 

Movimentos repetitivos, como bater os dedos na mesa ou mexer excessivamente em objetos, podem denunciar ansiedade. Já gestos firmes e controlados, como usar as mãos para enfatizar pontos importantes, transmitem segurança e ajudam a prender a atenção da audiência.  

Em um discurso, por exemplo, um palestrante que usa gestos moderados e coerentes tem mais chances de manter o público engajado do que alguém que cruza os braços ou gesticula de forma exagerada. 

Postura corporal: sinais de abertura e fechamento 

A forma como uma pessoa se posiciona no espaço revela muito sobre seu estado emocional e nível de engajamento.  

Posturas abertas, com o corpo voltado para o interlocutor e os ombros relaxados, indicam confiança e disposição para o diálogo. Por outro lado, posturas fechadas, como cruzar os braços ou encolher os ombros, costumam sugerir resistência ou desconforto. 

E isso pode ter impacto até na forma como o indivíduo percebe a si mesmo! Um estudo realizado por Amy Cuddy, professora da Harvard Business School, investigou o impacto de posturas corporais expansivas, conhecidas como “poses de poder”, na autoconfiança e nos níveis de estresse.  

A pesquisa demonstrou que adotar essas posturas por apenas dois minutos pode aumentar os níveis de testosterona (associada à dominância e confiança) e diminuir os níveis de cortisol (hormônio do estresse), contribuindo para uma sensação de maior poder e redução da ansiedade.  

Na prática, manter os pés firmes no chão e as mãos apoiadas na cintura já pode ajudar a aumentar a autoconfiança e reduzir o estresse que antecede situações importantes. Esse princípio pode ser útil antes de uma apresentação ou negociação, por exemplo.  

Ao mesmo tempo, reconhecer sinais de fechamento no outro pode indicar a necessidade de mudar a abordagem para tornar a conversa mais produtiva. 

Contato visual: atenção, interesse e credibilidade 

O olhar é um dos elementos mais poderosos da comunicação não verbal. Manter contato visual demonstra atenção, interesse e reforça a credibilidade. Em uma conversa, desviar o olhar repetidamente pode ser interpretado como insegurança ou falta de sinceridade. 

No entanto, a intensidade do contato visual precisa ser equilibrada. Olhar fixamente por longos períodos pode ser intimidador, enquanto evitar completamente o contato sugere desinteresse.  

O ideal é manter o olhar na outra pessoa por cerca de 60% do tempo durante uma interação. É claro que você não precisa fazer uma conta para saber por quanto tempo olhar nos olhos de alguém, apenas procure manter um contato visual natural e equilibrado. 

Em apresentações, alternar o olhar entre diferentes pessoas da plateia cria conexão e engajamento. Já em reuniões, acompanhar o ritmo da conversa com olhares naturais reforça a autoridade sem parecer agressivo. 

Duas mulheres conversando em sala de reunião
A leitura desses sinais pode fazer a diferença em negociações, discursos e interações profissionais

Erros comuns ao interpretar a leitura corporal 

Embora a leitura corporal seja uma ferramenta poderosa para entender as emoções e intenções dos outros, é fácil cometer erros ao interpretá-la, principalmente se não tomarmos alguns cuidados essenciais.  

Muitas vezes, o contexto é ignorado, suposições precipitadas são feitas e múltiplos sinais não são analisados em conjunto.  

Um dos erros mais comuns na leitura corporal é desconsiderar o contexto em que os sinais estão ocorrendo. Gestos, expressões faciais e posturas podem ter significados completamente diferentes dependendo da situação em que são emitidos.  

Por exemplo, uma pessoa que cruza os braços durante uma reunião pode estar apenas tentando se concentrar ou sentindo frio, e não necessariamente demonstrando resistência ou desconforto. 

Para interpretar corretamente a linguagem, é fundamental analisar o ambiente, o tom da conversa e o histórico da pessoa. Em uma negociação tensa, por exemplo, os sinais de nervosismo podem ser mais evidentes e compreensíveis do que em uma conversa casual.  

Outro erro comum é fazer suposições rápidas baseadas em um único sinal ou gesto. A leitura corporal é uma linguagem complexa e, sozinha, uma postura ou um gesto não é suficiente para tirar conclusões definitivas.  

Suponha que, durante uma reunião, alguém esteja olhando para o celular. Isso pode ser interpretado como desinteresse, mas a pessoa pode estar apenas respondendo a uma emergência. 

Além disso, gestos como balançar a perna ou mexer nas mãos podem ser sinais de nervosismo, mas também podem indicar uma pessoa hiperativa ou alguém que está apenas tentando se manter concentrado. 

Considere múltiplos sinais para uma leitura mais precisa 

A chave para uma interpretação mais precisa da leitura corporal está na análise de múltiplos sinais simultaneamente. Gestos, expressões faciais, postura e contato visual devem ser avaliados em conjunto para oferecer um panorama mais completo.  

Por exemplo, se alguém está cruzando os braços, mas também está fazendo contato visual e respondendo ativamente à conversa, isso pode indicar que a pessoa está apenas refletindo, e não necessariamente resistindo. 

Além disso, é importante observar os sinais ao longo do tempo. Uma postura fechada no início de uma conversa pode se transformar em uma postura aberta à medida que a interação evolui, o que pode sugerir que a pessoa se sente mais confortável ou receptiva à medida que o diálogo se desenvolve.  

A leitura da linguagem corporal deve ser dinâmica, considerando a evolução dos sinais e o contexto para uma compreensão mais precisa das intenções e emoções da outra pessoa. 

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