O setor de eventos vive uma transformação guiada por critérios ESG. Descubra como aplicar práticas sustentáveis em cada etapa do planejamento
O setor de eventos é uma das indústrias que mais movimenta recursos no mundo e, consequentemente, uma das que mais geram impactos. Segundo ICCA (International Congress and Convention Association), a indústria global de eventos movimenta mais de um trilhão de dólares por ano, mas também consome volumes significativos de energia, gera resíduos e emissões e mobiliza grandes deslocamentos.
Nos últimos anos, as organizações perceberam que cada conferência, lançamento ou treinamento corporativo é uma vitrine de valores. E, quando um evento adota práticas conscientes, ele sinaliza ao mercado que a empresa está comprometida com a sustentabilidade de forma genuína.
No Brasil, esse movimento se fortalece a partir de iniciativas inspiradas nas diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), que orientam a organização de eventos sustentáveis alinhados à Agenda 2030 e ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, voltado à ação climática.
Essas referências globais vêm sendo aplicadas e adaptadas a partir de boas práticas de gestão ambiental e eficiência energética por grandes players do setor, como o São Paulo Expo e o RioCentro, que têm incorporado padrões baseados na norma ISO 20121, reconhecida internacionalmente como referência em sustentabilidade para eventos.
Mais do que atender a uma tendência, investir em eventos sustentáveis é uma maneira de reduzir riscos de imagem, gerar economia e engajar públicos. Cada escolha, do local ao cardápio, do transporte ao pós-evento, comunica valores e constrói reputação.
Planejar um evento sustentável significa olhar para cada detalhe sob a ótica ESG. Essa estrutura ajuda a equilibrar três dimensões: o impacto ambiental (E), o compromisso social (S) e a transparência e ética na governança (G).
O primeiro passo é compreender onde estão os maiores impactos ambientais de um evento. Transporte, energia, alimentação e resíduos costumam ser os principais pontos de atenção. A lógica é simples: evitar, reduzir e compensar.
Estabelecer indicadores de impacto ambiental, como emissões de CO₂, volume de resíduos e consumo de energia, é essencial. Essa prática, cada vez mais comum em eventos corporativos, permite medir avanços e comunicar resultados de forma transparente.
Eventos sustentáveis também devem gerar valor social. Isso inclui desde a escolha de fornecedores até a experiência dos participantes e o impacto na comunidade local.
Em suma, o aspecto social de um evento sustentável está em promover bem-estar, inclusão e legado. Quando um evento deixa algo positivo para a comunidade, ele transcende a sua função pontual e se transforma em ferramenta de impacto.
A governança é o eixo que garante a coerência e a transparência das ações. É ela que transforma boas intenções em políticas reais e mensuráveis.

Ao integrar governança ao planejamento, a sustentabilidade deixa de ser discurso e passa a ser processo, com responsabilidade compartilhada e resultados comprováveis.
Entre as áreas prioritárias apontadas pela ONU está a gestão responsável de resíduos. Em eventos corporativos, isso começa muito antes da montagem.
A escolha por fornecedores que utilizam materiais recicláveis ou reutilizáveis já reduz significativamente o volume de descarte. Durante o evento, a separação correta do lixo deve ser clara e acessível: sinalização visível, lixeiras identificadas e parcerias com cooperativas locais de reciclagem são medidas simples, porém eficazes.
Outra prática relevante é o combate ao desperdício de alimentos. Em vez de descartar sobras, as empresas podem firmar parcerias com organizações locais para redistribuição segura e rápida desses alimentos. Essa iniciativa, além de socialmente responsável, reforça o compromisso da marca com uma cadeia mais solidária e circular.
A alimentação é uma das frentes mais sensíveis, e também mais visíveis, da sustentabilidade em eventos. As diretrizes da ONU recomendam o incentivo a cardápios que priorizem alimentos frescos, de origem local e com baixo impacto ambiental.
No contexto corporativo, isso significa trabalhar com fornecedores regionais e privilegiar ingredientes sazonais, reduzindo a necessidade de transporte e armazenamento prolongado.
Oferecer opções vegetarianas e veganas não é apenas uma escolha ética, mas uma decisão estratégica para reduzir a pegada de carbono do evento.
Empresas inovadoras já adotam cardápios flexitarianos, onde a proteína animal é exceção e não regra. Além disso, eliminar o uso de embalagens plásticas e utensílios descartáveis durante as refeições reforça a coerência entre discurso e prática.
+ Tecnologia em eventos: 7 ferramentas que você precisa conhecer
A comunicação sustentável é outro ponto-chave. Em vez de investir em grandes quantidades de material impresso, os eventos podem adotar soluções digitais para convites, programas, certificados e sinalização. Aplicativos próprios, QR Codes e painéis eletrônicos substituem papel e tinta, além de simplificarem a logística.
No campo do transporte, a ONU incentiva a redução das emissões associadas ao deslocamento de participantes. Empresas podem oferecer shuttles compartilhados, estimular o uso de transporte público ou criar benefícios para quem optar por bicicletas ou caronas. Em eventos de grande porte, incluir a compensação de emissões dos voos corporativos também reforça o compromisso com a neutralidade de carbono.
A conservação de energia e água é uma das bases de qualquer evento sustentável. Em eventos corporativos, isso se traduz em decisões técnicas: optar por locais com certificação ambiental, iluminação LED e climatização eficiente, além de priorizar fornecedores que utilizem energia de fontes renováveis.
No caso da água, o uso racional passa por soluções simples, como a instalação de bebedouros e estações de recarga de garrafas, evitando o consumo de plásticos descartáveis.
Medidas de reuso, como a captação de água da chuva para limpeza e irrigação de áreas verdes, também podem ser incorporadas por centros de convenções e espaços parceiros. Cada economia, mesmo que pequena, reforça o compromisso da empresa com a mitigação dos impactos ambientais.
A responsabilidade de um evento sustentável não se encerra nas ações internas. Ela se estende por toda a cadeia de fornecimento.
Inspiradas pelas recomendações da ONU e pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, Consumo e Produção Responsáveis, as empresas devem revisar seus processos de compras e selecionar parceiros alinhados à mesma visão de sustentabilidade.
Isso implica priorizar materiais recicláveis, biodegradáveis ou de baixo impacto, exigir certificações ambientais de fornecedores e incorporar cláusulas ESG em contratos de prestação de serviço.
Em eventos corporativos, isso se aplica desde a cenografia até o merchandising, passando por brindes e materiais promocionais. Cada escolha é uma oportunidade de reforçar coerência e responsabilidade.
Mesmo com as melhores práticas, todo evento gera algum nível de emissão de carbono, seja por transporte, energia ou consumo.
Por isso, a ONU recomenda que o setor de eventos adote mecanismos formais de compensação. O caminho mais consistente é a compra de créditos de carbono certificados e reconhecidos por organismos internacionais, como o próprio sistema da ONU.
No Brasil, essa prática pode ser integrada a projetos locais de reflorestamento, conservação de biomas e geração de energia limpa. Muitas empresas já utilizam o evento como vitrine para comunicar esse compromisso, transformando o relatório de compensação em um ativo reputacional. O importante é que a compensação seja mensurável, auditável e vinculada a iniciativas reais de impacto ambiental e social.
Saiba mais sobre as recomendações da ONU aqui.
Adotar uma abordagem sustentável não é apenas uma questão de imagem, mas de eficiência, reputação e competitividade. Os principais benefícios incluem:
Em resumo, planejar eventos sustentáveis é uma forma de unir resultado, reputação e responsabilidade em uma única entrega.
Apesar dos avanços, o caminho ainda traz desafios. O principal é cultural: muitas empresas ainda associam sustentabilidade a custos adicionais, quando, na verdade, trata-se de investimento estratégico. A resistência costuma diminuir à medida que os resultados aparecem, tanto na economia de recursos quanto na percepção de marca.
Outro desafio é a mensuração. Sem dados concretos, é difícil demonstrar impacto. A adoção de métricas simples, como peso de resíduos gerados, percentual de fornecedores locais e emissões de transporte, já ajuda a estruturar relatórios consistentes.
Por fim, há a questão da continuidade. Um evento sustentável não termina quando as luzes se apagam. A boa prática, como defendem as diretrizes do Pacto Global da ONU, é avaliar o legado: o que ficou para a comunidade, o que foi aprendido e o que será aprimorado no próximo ciclo.
Planejar eventos sustentáveis é, mais do que uma tendência, um compromisso com o futuro. As empresas que compreendem esse movimento estão não apenas reduzindo seu impacto ambiental, mas também fortalecendo laços com colaboradores, parceiros e sociedade.
Para a SOAP, que há anos atua na criação de experiências corporativas memoráveis, incorporar responsabilidade ESG ao planejamento é uma evolução natural. Cada evento é uma oportunidade de inspirar, educar e gerar impacto positivo, uma narrativa que se constrói não apenas com boas apresentações, mas também com boas práticas.
Em um mundo que exige coerência entre o que se diz e o que se faz, os eventos sustentáveis são o palco onde a responsabilidade corporativa encontra a criatividade. E o resultado é um espetáculo que deixa marcas, não só no planeta, mas nas pessoas.
A SOAP pode ser sua parceira estratégica na concepção e execução de eventos corporativos que unem propósito, performance e responsabilidade.
A empresa integra tecnologia, design e narrativa para criar experiências que engajam e comunicam com autenticidade, sempre com foco em soluções sustentáveis e alinhadas aos valores de cada marca.
Para saber como a SOAP pode ajudar sua empresa a planejar e realizar eventos sustentáveis que reflitam compromisso e inovação, acesse aqui.