Diretora de Negócios da SOAP comenta desafios da igualdade de gênero no mercado
Desde 2015, a liderança feminina cresceu, saltando de 17% para 28%, segundo o relatório anual Mulheres no Local de Trabalho, produzido pela McKinsey e LeanIn.org. A conclusão é que o avanço é reflexo dos esforços direcionados à diversidade de gênero e demonstra o impacto positivo de iniciativas voltadas para isso.
A representatividade feminina em outros níveis superiores também registrou progressos notáveis. Mas, apesar desses números animadores, o caminho para a igualdade de gênero ainda é longo.
Dados da ONU indicam que, no ritmo atual, serão necessários cerca de 300 anos para alcançar a igualdade de gênero globalmente. Quando se trata de paridade nos cargos mais altos de poder, pode levar aproximadamente 130 anos para que homens e mulheres ocupem essas posições em proporções iguais.
De acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, os direitos das mulheres estão sendo violados em diversas partes do mundo, e o progresso em direção à igualdade está na verdade regredindo.
Para Renata Catto, especialista em liderança feminina e Diretora de Negócios da SOAP, o progresso em direção à igualdade depende de um esforço conjunto entre governos, sociedade e empresas privadas.
“O governo, de fato, tem um papel central em criar políticas e iniciativas que moldam as estruturas sociais, mas, ao mesmo tempo, a sociedade também influencia e reflete no governo. É uma relação recíproca”, afirma.
Renata reforça que legislações, normas culturais e prioridades políticas exercem forte influência sobre as desigualdades de gênero.
“Governos que não priorizam a igualdade acabam perpetuando estruturas desiguais, enquanto a pressão da sociedade pode levar a mudanças e avanços. Essa junção de esforços é que pode gerar mudanças significativas.”
O relatório The Future of Women at Work, da McKinsey, aponta que um avanço mediano na igualdade de gênero nos setores privado, público e social poderia adicionar 12 trilhões de dólares à economia global até 2025.
Além de ser uma questão de justiça social, a inclusão de mulheres em posições de liderança traz benefícios concretos para o mercado e, como explica Renata, para a cultura organizacional: “mulheres líderes tendem a promover uma cultura mais inclusiva, colaborativa e voltada para o bem-estar dos colaboradores, o que resulta em maior engajamento e produtividade.”
A diversidade de gênero também é um motor para a inovação e para a tomada de decisões mais equilibradas, uma vez que diferentes perspectivas são consideradas no processo.
No contexto brasileiro, onde a desigualdade de gênero é ainda evidente, a ascensão de mulheres a cargos de liderança desafia estereótipos e cria oportunidades para outras mulheres se destacarem, gerando um ambiente de negócios mais justo e igualitário.
Embora o progresso seja evidente, desafios importantes persistem. A síndrome da impostora, o preconceito estrutural e a falta de apoio institucional são algumas das barreiras enfrentadas no caminho para a liderança feminina.
A síndrome da impostora é um fenômeno psicológico caracterizado pela sensação de inadequação, mesmo quando a pessoa possui habilidades, conquistas ou competências comprovadas. Esse sentimento pode levar à autocobrança excessiva, medo constante de falhar e hesitação em assumir novos desafios, impactando diretamente o desempenho e o progresso profissional.
Renata Catto ressalta que muitas mulheres precisam lidar com sentimentos de insegurança em suas trajetórias profissionais.
“Na SOAP, acompanhamos de perto o desenvolvimento de cada uma, oferecendo apoio, especialmente em momentos de insegurança e na superação da síndrome da impostora.”
Ela também destaca a importância de criar ambientes que incentivem a expressão das mulheres. “Nossa missão é ajudar as mulheres a descobrirem o potencial que já existe dentro delas, mostrando que é possível alcançar grandes feitos e assumir posições de liderança com confiança.”
É fundamental que empresas e gestores reconheçam esses desafios e criem um ambiente de apoio, promovendo o autoconhecimento, a valorização das conquistas e o incentivo à confiança.
Como destacou Renata Catto, na SOAP, a escuta ativa e o acompanhamento contínuo têm sido ferramentas cruciais para ajudar mulheres a superarem a síndrome da impostora, revelando o potencial que já possuem e fortalecendo sua autoconfiança para liderar com segurança.
Para promover um ambiente corporativo mais inclusivo e acelerar o progresso rumo à igualdade de gênero e mais lideranças femininas, as empresas podem adotar uma série de medidas práticas:
Empresas podem implementar programas formais de mentoria em que colaboradoras sejam conectadas a líderes experientes dentro da organização.
Por exemplo, uma colaboradora com potencial para liderar uma área pode ser orientada por uma diretora com experiência consolidada, recebendo insights sobre tomada de decisão, networking e desenvolvimento de habilidades estratégicas.
Além disso, a criação de academias internas de liderança feminina, com workshops voltados para o desenvolvimento de competências como negociação e gestão de equipes, pode acelerar o avanço dessas mulheres para cargos executivos.
Realizar auditorias frequentes para identificar e corrigir disparidades salariais é uma ação prática e eficaz. Além disso, a criação de canais de denúncia confidenciais e protocolos robustos para lidar com casos de assédio ajudam a criar um ambiente mais seguro.
As empresas podem, ainda, integrar metas de inclusão nos planos estratégicos, garantindo que líderes de todas as áreas se comprometam com a equidade.
Definir metas claras, como garantir que 50% dos cargos de gerência sejam ocupados por mulheres até um determinado ano, pode ser um incentivo poderoso.
Também é possível implementar programas de recrutamento inclusivo, como feiras de talentos destinadas a mulheres profissionais ou parcerias com organizações que promovam a diversidade.
Oferecer jornadas de trabalho híbridas, além de políticas como licença parental igualitária, é essencial para criar um ambiente mais inclusivo.
Empresas também podem criar salas de apoio para mães que amamentam ou disponibilizar creches internas, aliviando as preocupações das colaboradoras com filhos pequenos.
Promover reuniões em que as opiniões das mulheres sejam intencionalmente solicitadas ajuda a criar um espaço de troca genuína. Isso pode incluir práticas como reservar momentos específicos para cada participante compartilhar suas ideias ou utilizar mediadores que assegurem que todas as vozes sejam ouvidas.
Na SOAP, Renata Catto destaca a importância de criar ambientes seguros para que mulheres expressem suas opiniões e façam contrapontos, um modelo que pode ser replicado em reuniões de planejamento estratégico em empresas de diferentes setores.
Empresas podem oferecer serviços de psicologia e coaching voltados para mulheres, ajudando-as a lidar com desafios específicos, como a síndrome da impostora. Também é útil promover encontros regulares onde as colaboradoras possam compartilhar suas experiências e apoiar umas às outras.
Promover treinamentos regulares sobre vieses inconscientes e igualdade de gênero para todos os colaboradores, incluindo a alta liderança, é uma medida importante.
Empresas podem, ainda, incorporar indicadores de diversidade nos critérios de avaliação de desempenho dos gestores.
“Na SOAP, acreditamos que dar voz é a nossa principal ferramenta para promover o crescimento da liderança feminina. Sendo uma empresa de comunicação, exercemos os princípios básicos dessa área, e um dos mais importantes é a escuta ativa. Criamos ambientes seguros onde as mulheres podem emitir suas opiniões, fazer contrapontos e serem ouvidas, principalmente nas reuniões estratégicas”, finaliza Renata.
Embora o caminho seja longo, os avanços alcançados até agora provam que, com esforço conjunto, é possível acelerar o ritmo em direção à igualdade de gênero. Investir nas mulheres é não apenas uma necessidade social, mas também uma estratégia poderosa para impulsionar o crescimento econômico e a inovação global.
Se sua empresa busca desenvolver uma liderança feminina com confiança, empatia e alta performance, o treinamento SOAP Liderança é o próximo passo ideal. Esse programa é projetado para ajudar líderes a explorarem todo o seu potencial, superarem desafios e se posicionarem com autoridade em suas áreas de atuação.
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