Problemas de pronúncia podem ter várias causas e descobri-la é o primeiro passo
Pense nesta situação: surge a oportunidade de contato com um potencial cliente difícil de se convencer. Ele abre um espaço na agenda, você se prepara da melhor forma para fazer uma boa apresentação do negócio, mas acaba se atrapalhando nas falas.
Isso pode acontecer por vários motivos: nervosismo, glossofobia, pensamentos acelerados ou até mesmo por causa de uma dificuldade real em articulação e pronúncia.
A dicção é um dos elementos da oratória e do desempenho vocal, ela não é responsável pelo sucesso de um discurso sozinha, mas faz uma grande diferença.
Se a sua não é bem desenvolvida, a boa notícia é que você pode trabalhar para aprimorá-la.
Mas o primeiro passo é entender: de onde está vindo a sua dificuldade.
Dificuldades de dicção podem ser causadas por uma variedade de fatores. Problemas neurológicos, deficiências no desenvolvimento infantil e até mesmo problemas estruturais, como uma deficiência nos lábios ou dentes podem afetar a capacidade de articular palavras corretamente.
Obviamente, há ainda os casos de transtornos da fala — distúrbios como gagueira, disartria (dificuldade em controlar os músculos usados na fala), ou apraxia da fala (dificuldade em coordenar os movimentos necessários para falar).
No entanto, como explica Carol Martins, especialista em oratória da SOAP, esses casos não são a maioria.
“São poucos os casos em que a pessoa tem realmente um problema de dicção e, nesse caso, o que ela precisa fazer é procurar um fonoaudiólogo para fazer um tratamento, com exercícios específicos”.
De fato, mesmo os mais recorrentes distúrbios desse tipo atingem uma minoria da população. A gagueira, por exemplo, atinge apenas cerca de 5% das 7,6 bilhões de pessoas no mundo e só 1% continua com o problema na idade adulta.
Por que, então, é comum tantas pessoas enrolarem a língua na hora de falar algo importante?
“Quando a pessoa só se enrola um pouco para falar, provavelmente é algo mais ligado à emoção e expressividade vocal”, responde a especialista.
Em alguns casos, o estresse e a ansiedade podem afetar temporariamente a capacidade de falar claramente. Existem casos mais graves, como é o caso de quem desenvolve glossofobia, mas há estudos que provam que o simples estado de ansiedade em determinado momento afeta a habilidade de comunicação.
Não existem fórmulas milagrosas que, de um instante para outro, melhorem a dicção de uma pessoa. Mas há cuidados e exercícios para treinar ao menos alguns minutos por dia para alcançar esse objetivo.
Aqui vão algumas dicas:
A dicção clara e precisa, depende bastante da articulação da língua e dos músculos da região facial. Os exercícios são excelentes formas de trabalhar essas questões e moldar a maneira como a pessoa fala.
Concentre-se em exercícios que envolvem a movimentação da boca, língua e mandíbula. Por exemplo:
Dica: coloque um objeto pequeno, como uma tampinha de caneta, entre os dentes incisivos de cima e de baixo e pratique a pronúncia de numerais, dias da semana, rimas, entre outros.
Há pessoas com a fala mais calma, enquanto outras seguem o ritmo do pensamento acelerado, dificultando a compreensão das suas mensagens.
Vale encontrar um meio-termo em que você se sinta confortável, de modo a pronunciar todas as sílabas, sem que haja a sobreposição delas.
Pense, respire, depois fale.
Esse exercício pode ser feito sempre que tiver uma apresentação profissional ou reunião para a qual você precise estar com o discurso muito bem preparado.
Ele consiste em gravar a própria voz ou a si mesmo, em vídeo. Na sequência, coloque a gravação para tocar e ouça atentamente a sua fala, pontuando os aspectos que não agradam e podem ser mais bem trabalhados.
“Não é a mesma coisa de ficar olhando para o espelho”, alerta Carol Martins, “porque isso não simula um ambiente real. Você não vai olhar para si mesmo quando fizer uma apresentação. Então o ideal é que você se grave e, depois, assista a si mesmo para ver como está soando. Assim, terá muito mais consciência de si mesmo.”
Para que aconteça a fala, há a passagem de ar pelas cordas vocais. Isso significa que a respiração está intimamente relacionada com a boa dicção.
Respirar fundo, pelo diafragma, é essencial para ter boa dicção. Esse exercício é bastante recomendado pelos fonoaudiólogos.
Com a rotina movimentada, nem sempre nos lembramos de respirar corretamente. Esse também é um dos motivos que prejudicam o discurso. Por isso, é importante adquirir controle e capacidade respiratória.
A prática da leitura em voz alta é um ótimo método para melhorar a dicção. Comece selecionando um texto adequado ao seu nível de habilidade, algo que desafie sua pronúncia sem ser excessivamente complicado.
Antes de começar, familiarize-se com o conteúdo lendo sem pronunciar e identifique palavras ou frases que possam ser difíceis.
Mantenha uma boa postura, seja sentado ou em pé, pois isso afeta a respiração e a projeção da voz. Utilize a respiração diafragmática para garantir sustentação vocal adequada e mande ver!
Ao ler, foque na articulação clara de cada palavra, prestando atenção especial às consoantes. Varie o ritmo e a entonação para tornar a leitura mais expressiva.
Este exercício não só aprimora a clareza da fala, mas também ajuda a desenvolver uma maior confiança e expressividade ao se comunicar.
Durante a carreira, são inúmeras as ocasiões em que o profissional precisa demonstrar uma comunicação assertiva para convencer a audiência. Nesse sentido, a boa dicção é capaz de potencializar os argumentos e dar ainda mais clareza às suas falas.
A boa articulação das palavras contribui para que a outra pessoa compreenda o que o locutor pretende oferecer. Os constantes pedidos para que você repita o que disse e os sinais de incompreensão do público podem causar grande impacto na sua confiança em termos profissionais.
Quando isso acontece, abre-se espaço à insegurança no próprio potencial, o que leva à queda no rendimento e na produtividade. Essa situação pode despertar uma reação em cadeia.
Agora pense em uma apresentação profissional, realizada para toda a empresa, por exemplo. Muito além da criação de um roteiro eficiente, é preciso colocar as ideias na prática, cuidando também da entonação, da pronúncia e até da escolha das pausas.
A SOAP pode ajudar você e seu time a melhorar a dicção com o treinamento SOAP Apresentador!
Mais do que um curso de oratória, trabalhamos o autoconhecimento para que os participantes desenvolvam consciência verbal e não verbal ao se apresentarem.
Também trabalhamos com técnicas para diminuir o gap de percepção entre a imagem que você gostaria de transmitir e o que o outro vê.
Veja um pouco do que você pode aprender:
Ficou interessado? Descubra mais sobre o treinamento aqui!