Você sabe se expressar em público, o faz com frequência, mas sente que ainda poderia melhorar seu desempenho na oratória? Para ajudá-lo nessa missão, reunimos os pontos fortes de quatro grandes oradores da atualidade para servir de inspiração.
Você sabe se expressar em público, o faz com frequência, mas sente que ainda poderia melhorar seu desempenho na oratória? Para ajudá-lo nessa missão, reunimos os pontos fortes de quatro grandes oradores da atualidade para servir de inspiração.
Em 2014, Emma Watson, a famosa atriz britânica, discursou frente a representantes de diversos países em evento da ONU sobre o feminismo. O tema era delicado, uma vez que era tratado de maneira peculiar pelos países ali presentes. Mesmo assim, Emma não se intimidou. Ela conduziu sua fala fazendo uso de pausas, gestos neutros, marcação de frases e contato visual.
As pausas foram mais longas do que o comum, mas este foi um recurso claramente intencional. O objetivo era oferecer espaço para a plateia refletir e digerir o assunto. Enquanto falava, mantinha a postura neutra. Como o púlpito era transparente, e o local de apresentação tinha uma atmosfera séria, os pés alinhados aos ombros soavam pertinentes e não desconcentravam a audiência do que era dito. A conexão visual constante com a plateia também ajudava a atrair a atenção para si, além de aproximar o público e diminuir a tensão inerente ao assunto. Em compensação ao pouco uso de gestos, Emma fez uso de expressões faciais fortes e marcantes. Até os sorrisos discretos foram oportunamente esboçados em momentos mais leves do discurso.
O fato de falar sobre experiências pessoais tende a gerar empatia nos espectadores. Em alguns momentos, a emoção e o nervosismo se deixam notar na voz de Emma, que chega a ficar trêmula. Mas esses elementos não atrapalham sua apresentação. Ao contrário: passam mais credibilidade.
“Se não fosse eu, quem seria? Se não for agora, quando será?”, foram as perguntas retóricas e reflexivas que Emma Watson deixou para os ouvintes ao final.
O ponto forte da oratória do palestrante e ex-professor universitário Clóvis de Barros é a energia que ele imprime na voz e nos gestos quando se apresenta em público. Essa energia tem como estratégia deixar a audiência descontraída e contagiá-la com o estado de espírito que ele pretende estabelecer. Essa postura tende a gerar empatia, o que é reforçado pelos temas simples que ele costuma abordar – como a felicidade.
Nesta apresentação, ele divide a felicidade em passos normais na vida de qualquer pessoa. Com essa estrutura, seu discurso o conectou à plateia, que passou a esperar curiosamente os passos seguintes que seriam apresentados.
Apesar da velocidade acelerada – o que às vezes soa cômico – de sua fala, ele tem uma comunicação clara, objetiva e usa o humor a seu favor, conectando conceitos filosóficos com a vida cotidiana. Clóvis passa a impressão de estar sendo “ele mesmo” (e não um personagem) no palco. A combinação de todos os elementos de sua fala cria uma originalidade, que é o seu ponto forte.
Neste discurso, Michelle Obama, ainda como primeira-dama, fala do crescimento de suas filhas, de Hillary Clinton, de como as mulheres chegaram à Casa Branca e de como elas podem ser Chefes de Estado. Trata-se de um discurso intenso e envolvente, tanto pelo conteúdo quanto pela forma adotada por ela.
Michelle sabe falar em público e sabe como tratá-lo bem. Ao subir no palco, cumprimenta toda a platéia com acenos e olhares, gerando empatia. Essa conexão visual, faz com que as pessoas se sintam acolhidas como parte do evento.
A expressão facial convidativa e cheia de sorrisos passa a impressão de que ela está feliz e emocionada por estar ali. Transforma um discurso para centenas de pessoas em uma conversa privada com cada um ali presente. Mesmo falando do país e da presidência, Michelle traz elementos pessoais para a narrativa. O sorriso passa ainda a impressão de que ela está segura e o que ela fala é crível.
As pausas que ela faz enquanto fala dão espaço para as manifestações positivas da plateia.
Márcio Fernandes foi presidente da Elektro e é autor do livro “Felicidade dá Lucro”. Ele despontou como um palestrante de sucesso no meio empresarial nos últimos três anos. Vejamos porquê.
Em geral, Márcio introduz o tema – felicidade – contando experiências próprias, o que aproxima e gera curiosidade na plateia. Para reforçar a conexão com a audiência e criar empatia, usa perguntas retóricas.
Ao longo da apresentação, ele aumenta gradativamente a gesticulação, o que atribui mais veracidade à sua fala.
Os pontos mais fortes no discurso de Márcio, no entanto, são a entonação vocal e a expressão facial. Aumentando ou diminuindo o tom de voz, ele enfatiza partes do discurso, as quais tendem a ser memorizadas pela audiência.